O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou nesta 4ª feira (23/3) que a Organização Meteorológica Mundial (WMO) pretende avançar nos próximos anos no desenvolvimento de um sistema global de alerta prévio de potenciais desastres associados ao clima, como tempestades, ondas de calor e inundações repentinas. “Devemos investir em adaptação e resiliência. Isso inclui as informações que nos permitem antecipar tempestades, ondas de calor, inundações e secas”, disse Guterres em mensagem de celebração do Dia Meteorológico Mundial.
“Hoje, um terço da população mundial, principalmente nos países menos desenvolvidos e nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, ainda não está coberto por sistemas de alerta preventivo. Na África, isso é ainda pior: 60% das pessoas não têm cobertura. Isso é inaceitável, principalmente com os impactos climáticos que certamente ficarão ainda piores”, explicou o secretário-geral. A ideia é que a WMO apresente uma proposta de sistema global para ser apresentada aos países durante a próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP27), programada para novembro em Sharm El-Sheik, no Egito.
O Guardian destacou os principais desafios no caminho deste sistema global de alertas preventivos. Estimativas da própria ONU sugerem que o custo para garantir uma cobertura universal da população seria de cerca de US$ 1,5 bilhão ao longo de cinco anos. O valor é relativamente pequeno quando comparado com outras cifras, especialmente àquelas relativas aos prejuízos humanos e materiais causados por esses eventos extremos não-mitigados, mas o fato dos países desenvolvidos ainda tropeçarem no cumprimento da promessa de financiamento climático mínimo de US$ 100 bilhões anuais não inspira confiança. Ao mesmo tempo, um sistema de alerta global beneficiaria bilhões de pessoas em todo o mundo, que poderiam ser notificadas de potenciais eventos extremos de forma sistemática, através de SMS, sistemas públicos de transmissão ou meios de comunicação como rádio, TV e jornal.
Associated Press, BBC, Climate Home e Reuters também repercutiram a notícia.
ClimaInfo, 24 de março de 2022.
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