Perdas de biodiversidade representam ameaça financeira global, alerta relatório

24 de março de 2022
perda de biodiversidade
REUTERS/Yves Herman

Enquanto as instituições financeiras e bancárias começam a olhar a questão climática com mais atenção, o setor ainda ignora o risco da perda da biodiversidade para seus negócios e aplicações. O alerta é de um relatório divulgado nesta 5ª feira (24/3) pela Network for Greening the Financial System (NGFS) e International Network for Sustainable Financial Policy Insights, a partir do Grupo de Trabalho Conjunto sobre Biodiversidade e Estabilidade Financeira.

O principal argumento do relatório é de que as instituições do setor financeiro e bancário precisam considerar, junto com a análise sobre riscos climáticos, sua exposição a riscos decorrentes da destruição da diversidade biológica em seus negócios. O documento faz cinco recomendações a bancos centrais e órgãos reguladores para alinhar seus mandatos com os objetivos climáticos e de biodiversidade dos países. Entre as recomendações está reconhecer a perda da biodiversidade como fonte potencial de risco econômico-financeiro e avaliar o grau de exposição a este risco.

“A perda de biodiversidade é potencialmente tão econômica e financeiramente impactante quanto às mudanças climáticas, mas até agora recebeu muito menos atenção”, afirmou Nick Robins, do Instituto de Pesquisa Grantham sobre Mudança Climática e Meio Ambiente, envolvido na análise. “Este relatório mostra que essas ameaças gêmeas agora precisam ser enfrentadas de forma conjunta pelos bancos centrais e supervisores para construir um sistema financeiro positivo para a natureza”. A Reuters deu mais informações.

Em tempo: Os negociadores da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica correm contra o tempo para finalizar as conversas em torno de um mega-acordo internacional para proteção da biodiversidade antes da retomada da Conferência de Kunming (COP15), no final de agosto. O projeto em análise estabelece metas de conservação para esta década, como a proteção de 30% da terra e dos oceanos, a eliminação de bilhões de dólares em subsídios governamentais prejudiciais ao meio ambiente, e a restauração de pelo menos 1/5 dos ecossistemas de água doce, marinhos e terrestres degradados. Mas o avanço lento das negociações está deixando ambientalistas e especialistas preocupados sobre um possível colapso das conversas. O Guardian abordou essa questão.

 

ClimaInfo, 25 de março de 2022.

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