Projeto da Exxon no Sergipe estima produção potencial de 1 bilhão de barris de petróleo diários

Exxon Sergipe
REUTERS/Sergio Moraes

Um projeto da petroleira norte-americana ExxonMobil na Bacia de Sergipe-Alagoas pode resultar na produção de até 1 bilhão de barris diários de petróleo diários, afirmou nesta 4ª feira (23/3) uma parceira da empresa, a Murphy Oil. Se a exploração for bem-sucedida, será a primeira descoberta de petróleo da Exxon no Brasil como operadora. A área de exploração recebeu licença do IBAMA para perfuração em 17 de fevereiro passado, de validade de cinco anos, com autorização para realizar até 11 poços exploratórios em seis blocos leiloados nas 13ª, 14ª e 15ª rodadas de licitação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Além da Exxon (50%) e da Murphy Oil (20%), a empresa brasileira Enauta também é parceira neste projeto. A Reuters e a Epbr deram mais detalhes.

A notícia anima o governo federal, que quer intensificar a produção de petróleo no Brasil o quanto antes para evitar o risco de desabastecimento no mercado internacional por conta da crise entre Rússia e Ucrânia. O Valor destacou a promessa do ministro Bento Albuquerque, de minas e energia, para aumentar a produção nacional de óleo em cerca de 10% ainda neste ano. No entanto, especialistas da indústria do petróleo seguem céticos em relação à capacidade do Brasil de aumentar rapidamente sua produção. “É impraticável, a não ser que tenha capacidade ociosa nas plataformas, o que, se existe, é o reconhecimento da ineficiência porque ninguém deixa dinheiro sobre a mesa”, comentou um executivo do setor. Além disso, como o próprio diretor-geral da ANP, Rodolfo Henrique Saboia, reconheceu nesta semana, um aumento da produção de petróleo não garante necessariamente combustível mais barato nas bombas de gasolina e diesel. A CNN Brasil destacou a fala.

Em tempo: Passado um mês da guerra entre Rússia e Ucrânia, o mercado global de petróleo ainda sofre com a instabilidade dos preços internacionais e a incerteza quanto aos efeitos de médio e longo prazo da crise. No UOL, Rafael Bevilacqua, da Levante, fez um panorama da situação, com foco especial no mercado brasileiro. Mesmo com os preços internacionais mais altos, a Petrobras não desponta entre as empresas petroleiras mais beneficiadas pela “bonança” do setor. Isso porque, a despeito do preço mais caro, as perspectivas de uma intervenção do governo Bolsonaro na estatal e uma mudança na política de preços impõem cautela aos investidores com o futuro imediato da empresa.

 

ClimaInfo, 25 de março de 2022.

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