Bancos fazem jogo duplo com metas climáticas, alerta relatório

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REUTERS/Kacper Pempel

Trinta das maiores instituições financeiras e bancárias do mundo estão atuando nos bastidores para enfraquecer políticas que contribuiriam para o cumprimento de seus próprios objetivos climáticos. Essa é a conclusão de um levantamento feito pela InfluenceMap que analisou a atuação dessas instituições junto a grupos de interesse setorial com posições contrárias a compromissos climáticos na União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos.

Apesar de 29 dos 30 grupos financeiros analisados terem estabelecido metas net-zero até 2050, alinhadas com a iniciativa Glasgow Financial Alliance for Net-Zero (GFANZ), todas as instituições continuam membros de associações do setor financeiro que se opõem a propostas de investimento sustentável e verde nos mercados europeus e norte-americanos. Além disso, 15 dos 30 são membros de associações industriais que atuam no lobby anticlima, principalmente nos Estados Unidos.

A análise também mostrou que essas instituições viabilizaram pelo menos US$ 740 bilhões em financiamento primário para a cadeia produtiva de energia fóssil em 2020 e 2021, o equivalente a 7% de seu financiamento primário total no período. O maior financiador dos combustíveis fósseis foi o banco JPMorgan, com US$ 81 bilhões nos últimos dois anos.

“Qualquer banco que faça uma promessa net-zero enquanto faz lobby ativamente contra a regulamentação climática – como a divulgação obrigatória das emissões de seus portfólios e planos de ação climática – está fazendo greenwashing”, comentou Chris Hohn, bilionário e fundador do fundo de hedge TCI, citado pela InfluenceMap.

Bloomberg e Reuters repercutiram essas informações.

 

ClimaInfo, 29 de março de 2022.

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