A novela em torno de um acordo global para proteção da biodiversidade ganhou um novo capítulo nesta semana. Depois de dias de negociação em Genebra, representantes de 164 países não conseguiram avançar nas bases gerais deste tratado e concordaram com mais uma rodada de discussão, a ser realizada em junho, antes da 2ª parte da Conferência de Diversidade Biológica de Kunming (COP15), prevista para agosto.
A ideia dos negociadores ainda é formatar um texto ao estilo do Acordo de Paris, com metas para ampliar a proteção legal da biodiversidade em áreas de terra e mar. No entanto, a falta de avanços tem sido frustrante para diplomatas e observadores, que temem um eventual fracasso político nas conversas finais na China. “Este processo até agora foi mal-planejado e decepcionante”, comentou Li Shuo, do Greenpeace do Leste Asiático, à Reuters.
O texto segue travado em alguns pontos importantes, como o deadline para as metas (2030 ou 2050), a inclusão de compromissos para reduzir o uso de pesticidas e diminuir incentivos agrícolas para setores e práticas que destroem habitats naturais, e a oferta de financiamento internacional para os países pobres. Por outro lado, os países parecem concordar com a meta de estabelecer proteção legal natural para 30% das áreas de terra e mar em todo o mundo até o final desta década.
Na Folha, Ana Carolina Amaral detalhou os principais pontos das negociações sobre biodiversidade na ONU. AFP e BBC também destacaram essa notícia.
ClimaInfo, 30 de março de 2022.
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