Smart cities: mobilidade verde e adaptação climática começam a ganhar espaço nas cidades brasileiras

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A intensificação de eventos climáticos extremos e as mudanças necessárias para a transição energética para o carbono zero colocam as cidades como um dos espaços mais importantes para a ação climática ao redor do mundo. Nelas, esforços de mitigação se combinam com necessidades de adaptação, de maneira a garantir que os ambientes urbanos estejam preparados para suportar o “novo normal” do clima e, ao mesmo tempo, contribuir para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. No papel, tudo isso é muito bonito; na prática, a coisa é diferente.

Nesta semana, o Valor publicou um especial sobre os desafios das “cidades inteligentes”, ou smart cities, no contexto brasileiro. Por um lado, questões como mobilidade verde e adaptação estão ganhando espaço no planejamento urbano de cidades como Campinas, Rio de Janeiro e Salvador. Por outro, um obstáculo substancial para a implementação dessas medidas está na instabilidade política e econômica, com o risco frequente de descontinuidade.

Os cidadãos também estão impulsionando esse debate, especialmente depois da pandemia. O uso de bicicletas explodiu nos últimos anos e deve se manter em crescimento, especialmente se os custos atrelados ao transporte motorizado (preço da gasolina, tarifa pública mais cara) se mantiverem altos. Ao mesmo tempo, começam a ganhar espaço opções eletrificadas de transporte individual, como bikes elétricas e scooters. “A bicicleta passou a ser um instrumento de trabalho para os profissionais que atuam nos serviços de logística e de entrega”, destacou Cyro Gazola, da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

Já para o futuro, a expectativa está no transporte elétrico aéreo. Diversas empresas, como a EMBRAER, estão se aventurando no desenvolvimento de veículos elétricos de decolagem e pouso vertical, os eVTOLs. As perspectivas para essa tecnologia ainda são bastante vagas, mas um eventual avanço pode trazer desafios extra para a vida urbana. “Para chegar ao veículo autônomo, voador, é preciso preparar as cidades para isso, criar um ecossistema e pensar nas aplicações”, explicou Maria Teresa Lima, da Embratel, parceira do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) em um estudo científico sobre eVTOLs. “Há muitos estágios a serem percorridos antes de as pessoas entrarem nesses veículos para se deslocarem”.

 

ClimaInfo, 01 de abril de 2022.

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