Clima extremo: chuvas causam destruição e mortes no litoral do RJ

clima extremo chuvas no Rio de Janeiro
Bruno Kaiuca/Zimel Press/Estadão

Dois dias antes do alerta do IPCC sobre os riscos do clima para a humanidade, o Rio de Janeiro teve temporais épicos na região de Angra dos Reis e Paraty. De acordo com a prefeitura de Angra, a região acumulou 655 mm de chuva em apenas 48 horas, o maior volume de precipitação já registrado no município. Até a tarde desta 2ª feira (4/4), a Defesa Civil confirmava a morte de 18 pessoas, vitimadas principalmente por deslizamentos de terra. Os deslizamentos também bloquearam os acessos à cidade, o que fez a administração local pedir à Eletronuclear o desligamento temporário das usinas nucleares de Angra, sob a justificativa de que não haveria como retirar os moradores do entorno caso houvesse algum problema nos reatores. Até ontem, a posição da Eletronuclear era pela continuidade das operações das usinas de Angra.

Em Paraty, uma família inteira foi vitimada pelos deslizamentos, com a morte da mãe e de pelo menos seis de seus sete filhos, com um deles socorrido em estado grave. g1, Folha, O Globo e UOL, entre outros veículos, deram mais informações sobre o desastre no litoral fluminense, ocorridos pouco mais de um mês após as fortes chuvas que castigarem a região serrana do estado.

Em tempo: A intensificação de eventos climáticos extremos representa um desafio notável para os formuladores de políticas públicas e gestores nos municípios brasileiros. As dificuldades políticas e econômicas ainda são um obstáculo considerável nesse caminho, mas essa questão começa a ganhar a atenção dos governos locais. No Estadão, Eduardo Geraque trouxe casos interessantes em cidades costeiras em Santa Catarina e São Paulo, que estruturaram sistemas de monitoramento de chuvas e do nível dos rios para permitir ações de prevenção de desastres em áreas vulneráveis. Entretanto, o panorama não é positivo: as cidades brasileiras seguem bastante vulneráveis aos efeitos da mudança do clima e a maioria esmagadora continua sem planos preventivos nem políticas de adaptação climática.

 

ClimaInfo, 5 de abril de 2022.

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