PDE prevê crescimento de 30% da matriz elétrica brasileira até 2030, com metade de geração renovável

PDE renováveis

O governo federal apresentou nesta 4ª feira (6/4) o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) para 2031, com os principais objetivos para o crescimento da geração elétrica no Brasil na próxima década. Segundo o plano, o país contará com R$ 3,25 trilhões em investimentos em sua matriz energética até o começo dos anos 2030, sendo que as fontes renováveis de energia representarão pelo menos metade da capacidade total de geração de energia elétrica.

Ao todo, o governo espera adicionar 75 GW à capacidade elétrica instalada no Brasil até 2031, um aumento de 37% em relação ao cenário atual. A geração solar distribuída, feita a partir de painéis fotovoltaicos pelos próprios consumidores, deve crescer 363%, e a geração solar centralizada, contratada em leilões, deve se expandir em 134%. As linhas de transmissão também devem ser ampliadas nesse período, com aumento de 19% (ou 33,6 km de redes de alta tensão) até 2031.

Já no setor do petróleo, o PDE 2031 estima que a produção diária deve aumentar 78% no Brasil, passando de 2,9 milhões de barris para 5,2 milhões. Esse aumento, em sua maior parte, será decorrente do crescimento da exploração das reservas de pré-sal, que devem corresponder a 80% de todo o nível de produção de óleo na próxima década.

O PDE 2031 também prevê a conclusão das obras da usina nuclear de Angra III, que se arrastam há décadas. Por outro lado, a construção de uma 4ª usina nuclear no Brasil ainda é incerta, com o governo sinalizando dificuldades para achar um local para sua instalação e para desenhar um modelo para o negócio que viabilize novos investimentos para a obra.

Poder360, UOL e Valor repercutiram os principais pontos do PDE 2031.

Em tempo: O consumidor de energia elétrica no Brasil, especialmente na região Sul do Brasil, tirou a “sorte grande” – por causa do lobby pró-carvão, eles pagarão mais caro por uma energia mais suja por mais tempo. Em janeiro, o governo Bolsonaro sancionou uma lei que ampliou benefícios fiscais para a indústria carvoeira em Santa Catarina, dando sobrevida a usinas termelétricas na região, que já vinham enfrentando problemas de competitividade para se manterem em pé. Com essa “mãozinha” do presidente, essas usinas moribundas ganharam uma nova chance para continuar operando e queimando carvão nas próximas décadas – a despeito do impacto climático e de saúde pública desse tipo de combustível fóssil. Marta Salomon abordou essa questão na piauí, destacando também a mobilização de entidades da sociedade civil para derrubar a lei no Supremo Tribunal Federal.

 

ClimaInfo, 7 de abril de 2022.

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