Emissões de metano bateram recorde em 2021, alerta agência dos EUA

10 de abril de 2022
metano
Joe Raedle/Getty Images

Pelo 2º ano consecutivo, as emissões globais de metano aumentaram em ritmo recorde, afirmaram na última semana os cientistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Segundo uma análise preliminar da agência, o aumento anual de metano em 2021 foi de 17 partes por bilhão (ppb), o maior aumento anual desde que as medições sistemáticas começaram em 1983. No ano anterior, o crescimento tinha sido de 15,3 ppb. Os níveis de metano atmosférico atingiram em média 1.895 ppb em 2021, um número 162% acima dos níveis pré-industriais.

“Nossos dados mostram que as emissões globais continuam a se mover na direção errada em ritmo acelerado”, observou Rick Spinrad, administrador da NOAA. “As evidências são consistentes, alarmantes e inegáveis. Não podemos mais adiar ações urgentes e eficazes necessárias para resolver a causa do problema – a poluição por gases de efeito estufa”.

O metano é um dos gases mais potentes em termos de aquecimento. Quase ⅓ do metano liberado por atividades humanas no ano passado está associado à produção de combustíveis fósseis. A produção de carne bovina também é um fator contribuinte significativo para as emissões de metano, já que o gado libera esse gás durante seus processos digestivos.

Ao mesmo tempo, a análise da NOAA também confirmou um aumento nos níveis de dióxido de carbono na atmosfera terrestre no último ano. A média ficou em 414,7 partes por milhão (ppm), o que representa um aumento de 2,66 ppm em relação à média observada em 2020. Isso marca o 10o ano consecutivo de aumento da concentração de CO2 acima de 2 ppm, o que representa a taxa sustentada de aumento mais rápido desde que o monitoramento começou, há 63 anos.

Associated Press, Guardian, NY Times e Washington Post repercutiram os dados da NOAA sobre as emissões globais de metano em 2021.

Em tempo: Um estudo global publicado na prestigiosa revista The Lancet mostrou que os Estados Unidos e os países europeus são responsáveis pela maioria dos danos ecológicos globais causados pelo uso excessivo de recursos naturais. De acordo com a análise, a economia norte-americana responde por 27% do uso excessivo de recursos naturais do mundo, seguida pela UE com 25%. Outros países desenvolvidos, como Austrália, Canadá e Japão, foram coletivamente responsáveis por 22%. Já a China, economia que mais cresceu no mundo nas últimas décadas, responde por 15% do uso excessivo de recursos naturais. Na outra ponta, os países do Sul Global, majoritariamente pobres e subdesenvolvidos, foram responsáveis por apenas 8% do consumo extra de recursos naturais. O Guardian deu mais informações

 

ClimaInfo, 11 de abril de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar