Emissões de metano bateram recorde em 2021, alerta agência dos EUA

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Joe Raedle/Getty Images

Pelo 2º ano consecutivo, as emissões globais de metano aumentaram em ritmo recorde, afirmaram na última semana os cientistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Segundo uma análise preliminar da agência, o aumento anual de metano em 2021 foi de 17 partes por bilhão (ppb), o maior aumento anual desde que as medições sistemáticas começaram em 1983. No ano anterior, o crescimento tinha sido de 15,3 ppb. Os níveis de metano atmosférico atingiram em média 1.895 ppb em 2021, um número 162% acima dos níveis pré-industriais.

“Nossos dados mostram que as emissões globais continuam a se mover na direção errada em ritmo acelerado”, observou Rick Spinrad, administrador da NOAA. “As evidências são consistentes, alarmantes e inegáveis. Não podemos mais adiar ações urgentes e eficazes necessárias para resolver a causa do problema – a poluição por gases de efeito estufa”.

O metano é um dos gases mais potentes em termos de aquecimento. Quase ⅓ do metano liberado por atividades humanas no ano passado está associado à produção de combustíveis fósseis. A produção de carne bovina também é um fator contribuinte significativo para as emissões de metano, já que o gado libera esse gás durante seus processos digestivos.

Ao mesmo tempo, a análise da NOAA também confirmou um aumento nos níveis de dióxido de carbono na atmosfera terrestre no último ano. A média ficou em 414,7 partes por milhão (ppm), o que representa um aumento de 2,66 ppm em relação à média observada em 2020. Isso marca o 10o ano consecutivo de aumento da concentração de CO2 acima de 2 ppm, o que representa a taxa sustentada de aumento mais rápido desde que o monitoramento começou, há 63 anos.

Associated Press, Guardian, NY Times e Washington Post repercutiram os dados da NOAA sobre as emissões globais de metano em 2021.

Em tempo: Um estudo global publicado na prestigiosa revista The Lancet mostrou que os Estados Unidos e os países europeus são responsáveis pela maioria dos danos ecológicos globais causados pelo uso excessivo de recursos naturais. De acordo com a análise, a economia norte-americana responde por 27% do uso excessivo de recursos naturais do mundo, seguida pela UE com 25%. Outros países desenvolvidos, como Austrália, Canadá e Japão, foram coletivamente responsáveis por 22%. Já a China, economia que mais cresceu no mundo nas últimas décadas, responde por 15% do uso excessivo de recursos naturais. Na outra ponta, os países do Sul Global, majoritariamente pobres e subdesenvolvidos, foram responsáveis por apenas 8% do consumo extra de recursos naturais. O Guardian deu mais informações

 

ClimaInfo, 11 de abril de 2022.

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