Forte onda de calor eleva termômetros acima dos 40°C na Índia e no Paquistão

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EPA

Ainda não é verão no hemisfério norte, mas países como Índia e Paquistão já estão sofrendo com temperaturas excessivamente altas para esta época do ano. E a situação pode ficar ainda pior nos próximos dias, com meteorologistas alertando para o risco de os termômetros superarem a marca dos 40°C em partes da Índia – e até incríveis 50°C no Paquistão. Como sempre, o impacto maior será sentido pelas comunidades e famílias mais pobres, que já sofrem historicamente com eventos climáticos extremos e que não têm condições de pagar pelo conforto de um ar-condicionado.

O forte calor já vinha causando problemas desde março. O mês passado fechou com os recordes históricos de temperatura na Índia, na casa dos 35°C, o maior registro em 125 anos de monitoramento científico. Na última semana, diversas cidades no centro-norte da Índia registraram temperaturas superiores a 42°C; em Wardha, no estado de Maharashtra, o calor chegou a 45°C. Segundo o Washington Post, a expectativa é de que o calor siga forte nos próximos dias e semanas, especialmente ao norte, próximo da fronteira com o Nepal, com temperaturas na casa dos 45°C a 49°C neste final de semana.

No Independent, Saphora Smith comparou a situação no sul da Ásia com o começo do romance “The Ministry for the Future”, do escritor Kim Stanley Robinson. “O livro começa com Frank May, que está passando por uma devastadora onda de calor e alta umidade na Índia. A alta demanda por ar condicionado causa falta de energia, o que significa que apenas aqueles com geradores podem se manter vagamente refrescados. Eventualmente, milhões morrem deixando a nação traumatizada e lutando para se proteger de mais sofrimento”.

A NBC News também destacou o impacto do calor extremo na Índia e no Paquistão.

Em tempo 1: Por falar em Índia, o Carbon Brief destacou um estudo recente, publicado na Global Change Biology, que mostrou como a intensificação da crise climática está facilitando a perda de vegetação nativa, ameaçando centenas de espécies endêmicas que podem se extinguir nas próximas décadas. O impacto parece ser mais intenso no nordeste indiano, que registrou a maior parte da perda florestal nas primeiras décadas do século XXI.

Em tempo 2: Já no Paquistão, a instabilidade política ameaça objetivos ambiciosos definidos pelo país nos últimos anos para o plantio de florestas. A promessa era uma das bandeiras do ex-primeiro-ministro Imran Khan, que perdeu o cargo no começo do mês por divergências com partidos políticos no Parlamento paquistanês. Como observou Amor Saeed, no Climate Home, especialistas e ativistas climáticos do país estão pedindo ao novo governo, encabeçado pelo premiê Shehbaz Sharif, que mantenha o compromisso de plantar mais de 3 bilhões de árvores até 2023.

 

ClimaInfo, 27 de abril de 2022.

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