Guerra na Europa: Rússia interrompe fornecimento de gás a Polônia e Bulgária

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Agencja Gazeta / Reuters

A queda-de-braço entre Rússia e União Europeia por conta da guerra na Ucrânia ganhou um novo capítulo nesta 3ª feira (26/4), quando as autoridades da Polônia confirmaram que a Gazprom, principal fornecedora de gás russo para o mercado europeu, interrompeu o fluxo do combustível para os consumidores poloneses e búlgaros. O corte foi justificado pelo fato de os compradores nesses países não terem aceitado pagar em rublos ao invés de euros, uma exigência imposta pelo governo de Vladimir Putin para driblar as sanções internacionais à Rússia. Os países europeus contestam a exigência de Putin, sob o argumento de que os contratos vigentes para fornecimento de gás preveem o pagamento em euros ou dólares, e não na moeda russa.

A Polônia, grande compradora de gás russo, já prepara planos de contingência para evitar um desabastecimento. Os estoques nacionais estão 76% cheios, o que garante um volume de gás suficiente para a geração de energia nos próximos meses. Além disso, a demanda por energia tem caído no país nas últimas semanas com a chegada do calor, o que diminui o consumo de sistemas de aquecimento. Para o médio prazo, a expectativa do governo polonês é completar um novo gasoduto que trará gás da Noruega ao país, eliminando totalmente a necessidade de gás russo.

No entanto, os olhares estão voltados para outro vizinho da Polônia, a Alemanha, principal economia da União Europeia e bastante dependente do gás russo. As empresas alemãs de energia, bem como o governo do chanceler Olaf Scholz, já afirmaram que não pretendem cumprir a exigência russa de pagamento em rublos pelo gás. Se Moscou cumprir a promessa e cortar o fornecimento ao mercado alemão, o impacto econômico será significativo.

BBC, Bloomberg, Financial Times, Guardian, NY Times e Reuters, entre outros, repercutiram o corte do gás russo no leste europeu.

Em tempo: Aliviado depois de passar por uma disputa eleitoral inesperadamente acirrada, o presidente francês Emmanuel Macron terá agora o desafio de cumprir as diversas promessas feitas na reta final da campanha presidencial deste ano. Um dos principais pontos reforçados por Macron nas últimas semanas foi a promessa de tornar a França uma “nação verde”, pautada por objetivos de ação climática e proteção ambiental, além de energia renovável. Mas, como bem sabemos, prometer não é o problema: o “nó” da questão está no cumprimento dessas promessas. No Climate Home, Isabelle Gerretsen ressalta os principais desafios no caminho do presidente reeleito da França para transformar o país e colocá-lo na dianteira da corrida pela descarbonização.

 

ClimaInfo, 27 de abril de 2022.

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