Brasil concentrou quase metade do desmatamento de florestas primárias do mundo em 2021

desmatamento Amazonia
Paralaxis/Shutterstock

A explosão do desmatamento no Brasil em 2021 se refletiu nos dados internacionais sobre perda de floresta tropical, com o país liderando – e de longe, muito distante dos demais – o ranking global. De acordo com o Global Forest Watch, o Brasil perdeu mais de 1,5 milhão de hectares (cerca de 15 mil km2) de área vegetal nativa no ano passado, o que representou cerca de 40% do total de floresta derrubada em todo o mundo no período. Para efeito de comparação, o 2º lugar na lista, a República Democrática do Congo, registrou pouco menos de 500 mil hectares de floresta desmatada em 2021, o que é quase ⅓ do total observado no Brasil.

Encabeçado pelo WRI junto com a Universidade de Maryland, o Global Forest Watch monitora o ritmo de devastação florestal ao redor do mundo e os reflexos disso sobre os esforços para conter a mudança do clima. No total, a Terra perdeu 3,75 milhões de hectares (37,5 mil km2) de vegetação nativa no ano passado. Os principais fatores para a destruição são o avanço da fronteira agrícola, a derrubada de áreas verdes para exploração mineral, além da degradação de áreas desmatadas. O desmatamento global liberou cerca de 2,5 gigatoneladas de CO2 equivalente, número comparável às emissões da Índia. 

No Brasil, os principais focos de desmatamento no ano passado se localizam no oeste da Amazônia, com as fronteiras de desmate avançando cada vez mais para dentro da floresta, em áreas até pouco tempo atrás intocadas. Por outro lado, o levantamento também identificou avanços, como na Indonésia, que chegou ao 5º ano consecutivo de redução das taxas de desmatamento; em 2021, o desmatamento caiu 25% em relação ao ano anterior no país. 

A análise também identificou aumento na perda de florestas boreais, principalmente na Rússia, prejudicadas em grande parte pelos incêndios registrados no último verão. No ano passado, a taxa de desmatamento aumentou 29% em relação ao ano anterior, um recorde histórico atrelado à mudança do clima.

Os dados do Global Forest Watch tiveram destaque na imprensa nacional, com manchetes nos Correio Braziliense, Estadão, Folha, g1, O Globo e Metrópoles, além de repercussão no exterior em veículos como Bloomberg, Deutsche Welle, Guardian, NY Times, Reuters e Washington Post.

 

ClimaInfo, 29 de abril de 2022.

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