Governo mantém sigilo sobre operação de R$ 175 milhões de combate ao desmatamento na Amazônia

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Victor Moriyama / Greenpeace

Quem vê pensa que estratégia e inteligência no combate ao desmatamento são pontos fortes do atual governo. O Ministério de Justiça e Segurança Pública negou ao site ((o))eco a abertura das informações sobre a segunda fase da operação Guardiões do Bioma, que deverá custar R$ 175,2 milhões aos cofres públicos só em 2022. A alegação dada pelo governo para justificar a recusa em fornecer dados e atender à solicitação feita via Lei de Acesso à Informação, foi de que a disponibilização dos dados poderá colocar em risco o êxito da atuação dos operadores de segurança pública participantes da operação”.

A atuação deste ano será focada no combate ao desmatamento ilegal nos estados de Amazonas, Pará, Mato Grosso e Rondônia, envolvendo ações coordenadas entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública, Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Centro Gestor e Operacional de Proteção da Amazônia (Censipam) e órgãos de fiscalização como IBAMA e ICMBio.

Se por um lado o governo federal esconde o jogo sobre como deverá combater o desmatamento, por outro, a Comissão de Meio Ambiente da União Europeia colocou todas as cartas na mesa e foi taxativa ao dizer que produtos ligados ao desmatamento não entrarão em território europeu. Esse foi um dos obstáculos apresentados por membros do bloco para não ratificarem o acordo comercial com o Mercosul, de acordo com o UOL. O texto destaca, ainda, que o desmatamento na Amazônia está em seu nível mais alto, com 940 quilômetros quadrados de florestas devastados só no primeiro trimestre deste ano.

Em tempo: Um relatório realizado pela Rede Social Justiça e Direitos Humanos e pela Friends of the Earth, e destacado em reportagem da Agência Pública, estabelece conexões entre o desmatamento ilegal e a grilagem de terras à indústria da soja da Bunge no Piauí. A reportagem indica que a alta nos preços de commodities estaria diretamente ligada ao aumento do desmatamento, às queimadas e à grilagem. Vale a leitura!

 

ClimaInfo, 6 de maio de 2022.

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