Privatização da Eletrobras avança, mas sem sinal de redução da conta de luz

privatização da eletrobras
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O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou na noite de 4ª feira (18/5) a proposta do governo federal para privatização da Eletrobras, por sete votos a um. O sinal verde do TCU elimina o último obstáculo formal para o começo da venda da estatal elétrica. Como destacou a epbr, a ideia do governo é liquidar as ações da empresa até o dia 9 de junho, antes do calendário adentrar no período eleitoral.

No entanto, grupos contrários à privatização, puxados por partidos de oposição e sindicatos, ingressaram com ações na Justiça Federal para brecar o processo. Além da falta de transparência, eles alegam que a venda da Eletrobras também trará prejuízo econômico aos consumidores, que terão tarifas elétricas mais caras por causa dos “jabutis” enfiados na lei que aprovou a venda da Eletrobras condicionando-a a novos incentivos para a geração termelétrica a gás. É nesse contexto que partidos do Centrão começaram a se mobilizar em favor de um polêmico projeto de construção de gasodutos pelo Brasil, ao custo de R$ 100 bilhões, para permitir a geração termelétrica em regiões onde essa energia não é competitiva.

“O Brasil está se preparando para vender a maior estatal de energia sem discutir um minuto sequer o assunto que está em todos os debates da área: a transição para uma energia limpa, renovável, eficiente e barata”, escreveu Míriam Leitão n’O Globo. Ela destacou uma resolução recente da ANEEL que permitirá às empresas responsáveis pelas usinas térmicas contratadas durante a crise hídrica repassar esses contratos para quem tem térmica parada. Isso acontece porque praticamente todas as usinas contratadas não conseguiram ser entregues dentro do prazo. O problema é que, nesses contratos, o preço por megawatt (R$ 1,6 mil) é muito superior ao praticado hoje no mercado (R$ 250). Essas distorções resultam em uma tarifa elétrica desnecessariamente mais cara para os consumidores e um lucro desmerecidamente alto para a indústria do gás natural e seus “Reis”.

 

ClimaInfo, 20 de maio de 2022.

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