Países precisam avançar na redução do metano para viabilizar metas climáticas

metano
RGB Ventures / SuperStock / Alamy

O dióxido de carbono (CO2), o gás de efeito estufa mais comum e principal responsável pelo aumento da temperatura média da Terra nas últimas décadas, ainda deve estar no foco dos governos e das empresas para reduzir suas emissões e evitar os piores efeitos da mudança do clima. No entanto, de acordo com cientistas, o metano precisa se tornar uma prioridade de curto prazo, já que apenas cortes nas emissões de CO2 nas décadas adiante serão insuficientes para manter o aumento da temperatura média dentro dos 2ºC máximos indicados pelo Acordo de Paris.

O estudo foi conduzido por pesquisadores norte-americanos e publicado nesta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. A análise destacou a importância de se avançar com reduções imediatas nas emissões de metano e de outros poluentes de curta duração, como fuligem; isso permitiria uma “chance de luta”, como colocam os autores, para que o mundo consiga conter o aquecimento dentro dos limites apontados pela ciência como mais seguros para o planeta. O metano é um gás de efeito estufa menos prevalente, mas tem um potencial de aquecimento cerca de 80 vezes maior que o CO2

“Nao podemos resolver o problema climático com soluções lentas. Como Maverick [personagem de Tom Cruise no filme “Top Gun”], é melhor começarmos a sentir a necessidade de velocidade”, comentou Durwood Zaelke, presidente do Institute for Governance and Sustainable Development (IGSD), um dos autores do estudo, ao Guardian. Ele sugeriu também que os países europeus, que vivem atualmente uma crise de abastecimento de gás causada pela guerra na Ucrânia, busquem por fontes de gás com baixas taxas de vazamento de metano para substituir o gás russo que não está mais sendo comprado. “É a maneira mais rápida e promissora de protegermos o planeta enquanto descarbonizamos”.

Inside Climate News e Reuters também destacaram a análise.

 

ClimaInfo, 25 de maio de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.