Ursos polares estão se adaptando ao derretimento no Ártico, aponta estudo

urso polar
Rebecca R Jackrel / Getty Images

Especialistas são taxativos ao dizer que, mantendo-se o ritmo atual de aquecimento provocado pela ação humana, com a emissão de gases de efeito estufa, os ursos polares poderão ser extintos até o final deste século. Entretanto, um novo estudo localizou uma subpopulação específica de ursos polares, composta por várias centenas de animais isolados geograficamente no sudoeste da Groenlândia, que está conseguindo se adaptar às situações adversas provocadas pelo derretimento do gelo marinho no Ártico e que poderá sobreviver ao aquecimento global.

O estudo estima que essa subpopulação esteja isolada física e geneticamente há alguns séculos, em uma região com fiordes estreitos cercados por montanhas íngremes. Na adaptação gradual, a subpopulação aprendeu a caçar focas usando uma mistura flutuante de gelo glacial de água doce que se desprende das geleiras dos fiordes e lhes confere o tempo necessário para caça, reprodução e alimentação dos filhotes. Isso os difere de outras subpopulações, que usam o gelo marinho para caçar. Hábitats como este no qual essa subpopulação está inserida, no entanto, são raros, como informa a Folha.

A pesquisa, publicada na revista Science na última 5ª feira (16/6), foi encabeçada pela bióloga Kristin Laidre, da Universidade de Washington, que estuda ecologia dos mamíferos marinhos na Groenlândia há 20 anos. Ela afirmou que a descoberta não muda o risco de declínio das populações de ursos polares no Ártico diante das atuais trajetórias de aquecimento. Estima-se que existam cerca de 26 mil ursos polares no Ártico, classificados em 19 subpopulações. O estudo teve ampla repercussão internacional, saindo no The Wall Street Journal, no NYT, na Associated Press, na Reuters, na RFI e, no Brasil, também no g1.

 

ClimaInfo, 21 de junho de 2022.

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