Consumo de energia cresce em maio; renováveis avançam

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REUTERS/Florion Goga

O Brasil consumiu 1,2% a mais de energia no mês de maio na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados preliminares divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e noticiados em detalhes pela Reuters com repercussão em CNN e UOL, entre outros. O maior impulso (+5,8%) veio das indústrias e grandes empresas, que compram sua energia no mercado livre, enquanto a demanda no mercado regulado, que atende residências e empresas médias e pequenas, registrou recuo de 1,3%.

Em termos de produção, as renováveis voaram: solar fotovoltaica teve 52,6% de aumento em maio em relação a 2021, e a eólica produziu 10,5% a mais. As hidrelétricas também aumentaram sua produção: 11,1% em relação a maio de 2021, em resposta ao cenário hidrológico bem mais favorável. Com isso houve recuo de 37,2% no despacho das termelétricas, mas diferentemente do que acontece quando elas são acionadas, o impacto desta retirada nas contas de luz não será sentido agora, nem mais tarde, dado o nível de desorganização do setor elétrico brasileiro.

O presidente da ABRACE (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres), Paulo Pedrosa, disse em entrevista à Folha que o consumidor brasileiro não tem ideia do que está pagando em sua conta de luz. “A ABRACE identificou que ‘country clubs’, os clubes campestres, se beneficiaram de subsídios da área rural como se fossem produtores rurais. Imagine a situação. O consumidor, que está com dificuldade de pagar a conta de luz da sua casa, paga a conta do country club de um cara muito mais rico.”

Para Pedrosa, uma forma de dar transparência ao preço da energia elétrica no país é a aprovação do Projeto de Lei 414, que moderniza o setor. “O projeto cria os instrumentos para que o preço seja, no futuro, formado no mercado, a partir de oferta e demanda, como já acontece em outros países.”

Em tempo: Entre os muitos subsídios escondidos na conta de luz, estão os ligados às usinas nucleares de Angra, geridas pela Eletronuclear, desmembrada ontem (21/6) da Eletrobras em um das etapas para concretizar sua privatização. O setor nuclear foi retirado da Eletrobras antes da venda porque dá prejuízo à empresa e gera uma energia que custa muitas vezes mais do que as fontes renováveis que operam no Brasil.

 

ClimaInfo, 22 de junho de 2022.

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