Turismo espacial pode piorar crise climática, alertam cientistas

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Joe Raedle/Getty Images

A exploração do turismo espacial tornou-se a nova corrida dos magnatas endinheirados. Elon Musk, Jeff Bezos e Richard Branson estão torrando bilhões de dólares nos últimos anos para ver quem consegue colocar em pé esse mercado, a última fronteira da indústria do turismo. O problema é que a intensificação dessas atividades pode representar um petardo e tanto para os esforços globais para conter a crise climática.

Dois estudos calcularam o impacto do turismo espacial no clima global. O primeiro, publicado na revista Earth’s Future, concluiu que os foguetes utilizados para levar os passageiros para a estratosfera emitem fuligem (carbono negro) em altitudes elevadas, o que amplia sua capacidade de aquecimento em 500 vezes em comparação com emissões semelhantes na superfície da Terra ou perto dela. “Um grande aumento no número de lançamentos espaciais, que é esperado pela indústria do turismo espacial, representa um risco para o clima ao adicionar partículas de carbono preto à atmosfera superior”, comentou Robert Ryan, pesquisador da University College de Londres e principal autor do estudo, ao Inside Climate News. “Devemos pensar com muita atenção a regulamentação dessa indústria antes que ela saia do controle”.

O outro estudo, publicado na JGR Atmosphere, analisou os impactos climáticos e de ozônio dos lançamentos de foguetes. Além de emitir carbono preto nos níveis superiores da atmosfera, a análise identificou que o aumento das emissões do turismo espacial também perturbaria a circulação atmosférica global, retardando o transporte de ar dos trópicos para os polos na alta atmosfera. Além disso, essa diminuição na circulação resultaria em uma redução ligeira das concentrações de ozônio atmosférico no hemisfério norte. Ecowatch e Salon também destacaram os estudos.

 

ClimaInfo, 6 de julho de 2022.

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