BNDES prevê “contabilidade do carbono” para empréstimos

11 de julho de 2022
créditos de carbono

Mesmo com o mercado de carbono caminhando a passos lentos, o BNDES se prepara para começar a exigir a contabilização da pegada de carbono para liberação de empréstimos a partir de 2023. De acordo com o Valor, a ideia é induzir uma “contabilidade do carbono” no setor privado, impulsionando monitoramento, relato e verificação dessas emissões pelas empresas, passos essenciais para que elas possam começar a administrar sua pegada de carbono e estruturar medidas para sua redução.

“O que temos dito para os nossos clientes é: se você não está contando seu carbono hoje, está deixando dinheiro na mesa, justamente porque fazer isso aqui deixará claro que o Brasil é o uma potência climática para o mundo”, defendeu Gustavo Montezano, presidente do BNDES, em audiência na Câmara dos Deputados na semana passada. Nos próximos meses, o BNDES pretende realizar uma chamada pública de compra de R$ 50 milhões em créditos de carbono.

Por falar no assunto, Daniela Chiaretti trouxe no Valor a articulação de organizações sociais e pequenos proprietários na região do rio São Francisco para criar a primeira cooperativa de crédito de carbono no Brasil. A ideia é apoiar os produtores, oferecendo uma opção de desenvolvimento a eles, ao mesmo tempo em que se busca regenerar o meio ambiente e reduzir as desigualdades.

O Laboratório de Economia Regenerativa do São Francisco é resultado do trabalho do Centro Brasil no Clima (CBC) com o Instituto Clima e Sociedade (iCS) e prevê o desenvolvimento de soluções econômicas adaptadas ao contexto da Caatinga para a recuperação desse bioma. “A ideia é melhorar a renda das pessoas e deixar a Caatinga preservada”, explicou Sérgio Xavier, do CBC. “Há muito desmatamento para vender lenha e usos que não são nada sustentáveis. O São Francisco é símbolo desta degradação”.

Em tempo: A petroleira Shell anunciou ontem (11/7) que fará um aporte de R$ 200 milhões na startup Carbonext, que desenvolve projetos de crédito de carbono na região amazônica. Pelo acordo, a empresa de combustíveis fósseis terá prioridade, por três meses, na negociação de créditos gerados por projetos de REDD+ da Carbonext, além de um percentual não revelado de participação acionária. Ao mesmo tempo, a startup terá acesso a ferramentas tecnológicas da Shell, como imagens de satélite de alta resolução. Essa aplicação representa a entrada da petroleira no comércio de créditos de carbono no Brasil. Exame, O Globo, UOL e Valor, entre outros, repercutiram a notícia.

 

ClimaInfo, 12 de julho de 2022.

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