O potencial do hidrogênio verde no Nordeste brasileiro

  • Nesta aula, o engenheiro e pesquisador da Unicamp Daniel Lopes fala sobre as oportunidades do hidrogênio verde e explica como essa cadeia produtiva está se desenvolvendo no Brasil. Ele detalha o que é essa tecnologia e quais são os usos desse novo combustível.

Destaques da aula:
  • O hidrogênio verde (ou hidrogênio renovável) é aquele produzido por meio da reação química de eletrólise da água, realizada por uma corrente elétrica. Ele é chamado de verde ou renovável quando a eletricidade aplicada provém de fontes renováveis.
  • No Brasil, há grande potencial para esse setor como alternativa da descarbonização de cadeias produtivas, pois a matriz energética nacional conta com mais de 80% de energias renováveis.
  • Por ser uma tecnologia ainda pouco explorada, a cadeia produtiva do hidrogênio ainda não está estruturada no Brasil.
  • O estabelecimento e crescimento desse setor pode ser um vetor de geração de empregos e de crescimento econômico para o país.

O hidrogênio verde, ou hidrogênio renovável, é aquele produzido por meio da reação química de eletrólise da água. Trata-se de um processo em que, por uma corrente elétrica, a molécula de de H2O é dividida, resultando em hidrogênio, oxigênio e calor.

Ele é chamado de verde ou renovável quando a eletricidade aplicada provém de fontes renováveis. No Brasil, há grande potencial para este setor como alternativa na descarbonização de cadeia produtivas, pois a matriz energética nacional conta com mais de 80% de energias renováveis em sua composição, incluindo hidrelétrica, solar, eólica, de biomassa, entre outras.

Segundo Daniel Lopes, a decisão de investimento no segmento veio a partir de uma declaração da então chanceler alemã Angela Merkel, de que a Alemanha se tornaria, até 2050, uma sociedade do hidrogênio, abandonando a ideia do petróleo como combustível de base para a geração energética daquele país. A Alemanha destinou, na época, nove bilhões de Euros para o desenvolvimento da cadeia do hidrogênio.

Por ser uma tecnologia ainda pouco explorada, a cadeia produtiva do hidrogênio não está estruturada no Brasil. Isto significa que o estabelecimento e crescimento desse setor pode ser um vetor de geração de empregos e de crescimento econômico.

A soma dos benefícios ambientais e econômicos associados ao hidrogênio verde já chama a atenção de empresas e governos. O governo do Ceará anunciou, em 2021, o projeto “HUB de Hidrogênio Verde Pecém – Ceará”, em parceria com o Complexo do Pecém (CIPP S/A), a Federação das Indústrias do Estado (Fiec) e a Universidade Federal do Ceará (UFC). O objetivo é aproveitar o forte potencial que o Nordeste brasileiro tem para a geração de energias renováveis, principalmente solar e eólica, e tornar o estado uma referência para produção e exportação do hidrogênio verde.

Saiba mais:

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Sobre o professor:

Daniel Lopes é sócio-fundador da Hytron e atua, desde 2003, como pesquisador colaborador do Laboratório de Hidrogênio da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Centro Nacional de Referência em Energia do Hidrogênio (CENEH) e do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE). Engenheiro mecânico pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Lopes possui mestrado em Engenharia Térmica e Fluidos e doutorado em Planejamento de Sistemas Energéticos, ambos pela Unicamp.