Biden pode declarar emergência climática nos EUA

Biden emergência climática
Ting Shen/Bloomberg

Pressionado dentro e fora dos Estados Unidos para ressuscitar a agenda climática depois de baques causados por decisões recentes da Suprema Corte e de aliados no Congresso, Joe Biden deve fazer um importante anúncio hoje (20/7). De acordo com a Reuters, existe a possibilidade de ser declarado estado de emergência climática nos EUA, liberando assim recursos extra para medidas de mitigação e adaptação no país.

Segundo a Bloomberg, Biden vem sendo cobrado por ativistas e por parlamentares democratas para tomar a medida, vista como uma maneira de driblar a paralisia política dentro do Congresso. A emergência climática seria também uma resposta à Suprema Corte do país, que retirou poderes da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) para regulamentar limites de emissão de poluentes em usinas termelétricas.

Uma declaração de estado de emergência climática pode ser entendida como a última “carta na manga” de Biden para dar sobrevida à sua política climática. Para os democratas, ela pode ser um diferencial importante para angariar apoio dos eleitores para as eleições legislativas de novembro e evitar que a oposição republicana – dominada pelo negacionismo climático – assuma o comando do Legislativo a partir de 2023.

No entanto, uma fonte afirmou à Associated Press que a decisão sobre a emergência climática ainda não está tomada e que a declaração pode não acontecer. Mas a Casa Branca confirmou que Biden pretende falar sobre o tema durante visita a uma antiga usina termelétrica de carvão no estado de Massachusetts. Bloomberg, O Globo, Washington Post e Wall Street Journal deram a notícia.

Em tempo: O ministro do exterior do Egito, Sameh Shoukry, alertou aos países que as negociações da próxima Conferência do Clima da ONU (COP 27) não podem ser vistas como um “jogo de soma zero”. O risco de um colapso é considerável, principalmente pela falta de avanços significativos em tópicos importantes como ambição e financiamento climático. O contexto internacional, marcado pela crise econômica e pela invasão da Ucrânia pela Rússia, também pode colocar obstáculos adicionais no caminho dos negociadores em Sharm el-Sheikh em novembro. “Devemos fazer um progresso substancial em todos os aspectos e garantir que ninguém seja deixado para trás. Isso exige que todos estejam à altura da ocasião e demonstrem compreensão e disposição para se comprometer”, defendeu Shoukry, que assumirá o comando das negociações durante a COP.

 

ClimaInfo, 20 de julho de 2022.

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