A “guerra das palavras” nos investimentos ESG

ESG investimentos
Jeenah Moon/Bloomberg

O mercado financeiro se acostumou com a leniência – ou, para ficar em um termo mais ameno, desatenção – de reguladores e investidores sobre os critérios e as regras gerais para os investimentos ESG. Por muito tempo, bancos e fundos de investimento recorreram ao “se colar, colou” para vender e revender aplicações com essas características, mudando apenas a nomenclatura para dar ares de “novidade” aos clientes.

A Bloomberg trouxe o caso de um fundo mútuo administrado pela BlackRock, maior gestora de investimentos do mundo. Primeiro, esse fundo foi vendido como “investimento de impacto”; depois, virou “ESG”; por fim, transformou-se em “investimento sustentável”. Não é uma questão de fraude ou de desinformação – ao menos, não é o que se aponta. O problema está na falta de regramento sobre esse tipo de investimento, o que começa a ser enfrentado em mercados na Europa e nos EUA. Cada vez mais, reguladores governamentais e investidores cobram clareza sobre esses investimentos.

Casos recentes mostraram como grandes instituições financeiras, como a Deutsche Bank, seguem na base do discurso publicitário vazio para vender seus investimentos tidos verdes, sustentáveis, ESG, responsáveis, entre outras classificações. Entretanto, o que antes podia ser visto como um “oops” por clientes e governos pode começar a ser encarado como fraude financeira.

Em tempo: A perspectiva de uma recessão internacional está afetando diretamente o mercado ESG. A Bloomberg destacou que esse tipo de fundo está enfrentando uma onda de fechamento nos últimos meses, com a retirada de aplicações por investidores inseguros quanto à saúde da economia global. Os fundos ESG representam 15% de todos os fechamentos de fundos no mercado norte-americano neste ano, sendo que eles compunham cerca de 4% dos fundos negociados em bolsa no começo de 2022. O Valor também publicou a reportagem.

 

ClimaInfo, 27 de julho de 2022.

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