
As famílias Rockefeller e Getty fizeram fortuna no século XX com a exploração de petróleo e outros combustíveis fósseis. Uma parcela dessa riqueza monumental foi destinada para a construção e a manutenção de museus e centros culturais, para ações de filantropia e caridade, mas boa parte virou herança que enriqueceu gerações e gerações de abastados sortudos. Hoje, no entanto, alguns desses herdeiros não apenas abominam a pedra fundamental de sua riqueza, mas estão destinando um bocado dela para financiar atividades que contrariam diretamente os interesses da indústria do petróleo.
O NY Times trouxe os casos de Aileen Getty, Rebecca Rockefeller Lambert e Peter Gill Case, que ganharam destaque nos últimos anos com doações milionárias para organizações de ativismo climático ou até mesmo a constituição de novas entidades focadas na ação direta contra o Big Oil. “É hora de colocar o gênio de volta na garrafa”, respondeu Case. “Sinto uma obrigação moral de fazer a minha parte”.
Mais do que simplesmente apoiar o ativismo, esses herdeiros estão contribuindo com iniciativas mais radicais de enfrentamento da crise climática, como ações de desobediência civil – que envolvem, entre outras coisas, intervenções em refinarias e postos de distribuição de combustível das empresas que forjaram suas próprias fortunas.
O esforço é também uma resposta à falta de atenção da grande filantropia com questões de clima: uma análise da ClimateWorks Foundation do ano passado mostrou que menos de 2% dos fundos filantrópicos globais em 2020 beneficiaram ações para mitigação da mudança do clima.
ClimaInfo, 12 de agosto de 2022.
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