Incêndios avançam na Argentina e fumaça cobre Buenos Aires

queimadas Argentina
Marcelo Manera/Reuters

Mais uma vez, os argentinos sofrem com os incêndios florestais que tomaram conta do delta do rio Paraná nas últimas semanas. O tempo quente e seco favorece as chamas, que se expandem de maneira rápida e criaram uma nuvem densa de fumaça que começa a alcançar a capital do país, Buenos Aires. 

Como bem explicou Sylvia Colombo na Folha, os incêndios nas margens argentinas do Paraná não são incomuns, pelo contrário. A cada seis meses, em janeiro e agosto, os produtores de gado avançam sobre novos territórios, incendiando a vegetação para criar pasto. Nos últimos anos, esses episódios ganharam mais força por causa das condições climáticas mais secas, com chuvas escassas e o nível do rio, mais baixo. Assim, os terrenos pantanosos da região do delta do Paraná estão se transformando em desertos e a fumaça dos incêndios alcança a cidade portenha.

Em agosto, as autoridades argentinas identificaram mais de 9,3 mil focos de incêndio no delta do Paraná; o total de vegetação perdida desde o começo do ano é de cerca de 130 mil hectares. A chegada da fumaça dos incêndios aos grandes centros urbanos da Argentina deixou em evidência um problema crônico da política ambiental do país: a falta de fiscalização nessa região. Por ora, cinco pessoas foram detidas, acusadas de incendiar ilegalmente a vegetação para cultivo de soja e criação de gado.

“Na Argentina não há lei que proteja esses ecossistemas [zonas úmidas], que representam 21% do nosso território. E esse fenômeno não é novo, acontece todos os anos, há décadas”, comentou Leonel Mingo, do Greenpeace, ao jornal El País. A reportagem lembrou que o Congresso argentino tem mais de 20 projetos de lei para proteção de zonas úmidas que não foram adiante por falta de apoio político.

Infobae e EFE também abordaram a situação dos incêndios na Argentina.

Em tempo: Enquanto isso, na África Central, os incêndios florestais também estão aumentando a um ritmo preocupante. Imagens de satélite da NASA mostram o predomínio de pontos vermelhos, que indicam calor intenso associado ao fogo, em uma área que vai desde Angola até Moçambique, passando pela República Democrática do Congo, Zâmbia, Zimbábue, África do Sul e a ilha de Madagascar. A notícia é da MetSul.

 

ClimaInfo, 24 de agosto de 2022.

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