Cientistas alertam: seca atual na Europa pode ser a pior em cinco séculos

Europa maior seca
Anna Szilagy, AP

A Europa atravessa agora o que pode ser sua pior seca em pelo menos 500 anos, de acordo com uma análise preliminar de especialistas do Centro Integrado de Pesquisa da União Europeia. Segundo o relatório, cerca de 47% do território da UE está em condições de alerta, com claro déficit de umidade do solo, e 17% em estado de alerta, onde a vegetação já está sendo afetada.

Várias cultivos estão sendo particularmente atingidos: as previsões de rendimento de grãos está 16% abaixo da média de cinco anos, de acordo com os dados mais recentes. A geração de energia hidrelétrica também foi atingida, com impacto adicional em outros produtores de energia devido à escassez de água para alimentar os sistemas de refrigeração.

“A combinação de uma seca severa e ondas de calor criou um estresse sem precedentes nos níveis de água em toda a UE”, disse Mariya Gabriel, comissária de pesquisa do bloco, em comunicado. “A mudança climática é, sem dúvida, mais perceptível a cada ano”. AFP, Bloomberg, Deutsche Welle, Financial Times e Reuters repercutiram essa informação.

Já na China, os arranha-céus icônicos de Xangai tiveram que apagar suas luzes depois de o governo impor restrições severas ao consumo de energia elétrica. O país sofre com uma forte estiagem que atinge a região central, principalmente a província de Sichuan e a bacia do importante rio Yangtze. Além de vetar o uso de energia para fins paisagísticos e publicitários, as autoridades chinesas também restringiram o consumo pelas indústrias, que estão operando sob regime de racionamento programado até o começo de setembro. A Bloomberg noticiou os reflexos do aperto energético na principal metrópole econômica chinesa.

A estiagem não está prejudicando apenas a geração de energia na China: a produção agrícola também sofre com a falta de chuvas e o uso cada vez mais restrito da água dos rios para irrigação. A Reuters noticiou um alerta do Ministério de Agricultura do país, que afirmou que a estiagem atual representa uma “séria ameaça” às safras de outono. Já a Associated Press destacou o esforço de produtores chineses para cavar canais em torno do Lago Poyang, o maior lago chinês de água doce, reduzido a apenas 25% de seu tamanho por causa da seca.

 

ClimaInfo, 24 de agosto de 2022.

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