Apreensão de equipamentos do garimpo ilegal caiu mais de 80% sob Bolsonaro

24 de agosto de 2022
garimpo ilegal equipamento destruídos
Hermes de Paula

Acusado pelo presidente Jair Bolsonaro de “abusar” na destruição de maquinário de garimpo apreendido em operações de fiscalização, o IBAMA vem diminuindo consideravelmente a prática nos últimos anos, pressionado pelo mesmo Palácio do Planalto.

O Globo destacou um levantamento feito pelo Observatório do Clima sobre a quantidade de equipamentos apreendidos e inutilizados pelos agentes do IBAMA nos últimos três anos. Os números evidenciam, mais uma vez, a falácia presidencial.

Em 2018, o IBAMA apreendeu 2.391 equipamentos utilizados em atividades ilegais na Amazônia; já em 2021, esse número caiu para 452, uma queda de 81%. Somente 2% das operações de fiscalização resultaram na destruição de maquinário pelos agentes federais. Enquanto isso, os números do desmatamento explodiram na Amazônia no mesmo período.

Depois das críticas de Bolsonaro, a Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente afirmou que pretende acionar a Justiça para que o presidente esclareça, em juízo, as supostas irregularidades cometidas pelos funcionários do IBAMA em apreensão e destruição de equipamentos utilizados no desmatamento e no garimpo ilegal.

“Quando o próprio presidente do país se declara publicamente contra as ações de proteção do órgão, ele acaba incitando a violência contra nós”, observou Wallace Lopes, agente do IBAMA e vice-presidente da associação de servidores do órgão no Tocantins.

Enquanto isso, o ex-ministro e presidenciável Ciro Gomes prometeu a retomada da fiscalização e do combate ao desmatamento na Amazônia caso seja eleito em outubro. “A algema vai voltar a funcionar no primeiro dia do meu governo, disso ninguém duvide”, disse Ciro em entrevista ao Jornal Nacional (TV Globo).

Ele também defendeu um projeto de desenvolvimento sustentável para a região, de maneira a oferecer à população amazônida novas oportunidades de geração de renda e emprego que não resultem na destruição da floresta.

“O nosso povo só sabe desmatar, pegar a madeira de lei sensível, corta e ganha US$ 2 mil por um metro cúbico, dois metros cúbicos de mogno. Ele não entende como ele vai passar fome com o filho dele (…) com aquela árvore ali podendo dar US$ 2 mil com contrabando absolutamente grave”.

Estadão e Poder360 destacaram as promessas ambientais do candidato.

Em tempo: Mais do que a imagem internacional do Brasil, o que está em jogo nas eleições de outubro é o futuro da democracia no país. Em conversa com Jamil Chade no UOL, a eurodeputada espanhola Iratxe García alertou para a importância da votação no Brasil e a necessidade de um futuro governo, que não seja a continuidade do atual, de restabelecer pontes com o resto do mundo e fortalecer suas próprias instituições democráticas. “A democracia e os direitos humanos são conquistas que precisamos alimentar todos os dias. Nunca está garantido para o resto da vida. Pode haver retrocesso. Mas também podem ser reconquistadas. E esse é o momento importante que o Brasil vive. Vimos um governo que deteriorou a luta pela justiça social, pela igualdade, pelo meio ambiente e [contra] a pobreza”.

 

ClimaInfo, 25 de agosto de 2022.

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