Inundações criam megalago no Paquistão, com 100 km de largura

Paquistão enchentes históricas
Asif Hassan/AFP/Getty

As fortes chuvas de monção que atingem o Paquistão nos últimos meses modificaram radicalmente a paisagem em algumas partes do país. Na província de Sindh, uma das mais atingidas, um transbordamento do rio Indo criou um lago de 100 quilômetros de largura, de acordo com imagens de satélite divulgadas pela CNN. Antes ocupadas por lavouras verdes, a área agora está coberta por uma mancha de tom azulado, o que indica o volume histórico das chuvas deste verão no país asiático.

Em outras partes do Paquistão, o cenário é o mesmo: cultivos, casas, estradas e pontes debaixo d’água ou destruídos, com milhões de pessoas sem teto e sem perspectivas de recuperação após o desastre. Para muitos, como assinalou o Guardian, a lembrança das enchentes históricas de 2010 voltou à mente com bastante força: na época, mais de 4 mil pessoas perderam a vida por causa das fortes chuvas e seus efeitos colaterais. Agora, o prejuízo humano é menor, mas as perdas materiais são significativas – e acontecem em um momento dramático para a economia paquistanesa, atingida em cheio pela inflação pós-pandemia. 

Além das perdas, outra preocupação das vítimas é com as doenças que podem ser disseminadas pelas enchentes. De acordo com a Associated Press, já existem relatos de internação de pessoas com sintomas como diarreia, infecções cutâneas e outras doenças transmitidas pela água contaminada. 

Isso é mais dramático para mulheres grávidas – cerca de 650 mil delas vivem nas áreas mais afetadas pelas enchentes e precisam urgentemente de cuidados de saúde para garantir uma gravidez e um parto seguros.

Em Jacobabad, a Reuters destacou a situação curiosa da cidade localizada no sul do Paquistão. Em maio passado, quando uma forte onda de calor atingiu o subcontinente indiano, ela chegou a ser a cidade mais quente do planeta, com temperaturas superiores aos 50ºC. Três meses depois, o cenário é totalmente diferente, com a água das chuvas cobrindo boa parte da localidade.

Em tempo 1: Já no Sudão, inundações-relâmpago causaram a morte de pelo menos 100 pessoas neste verão. Segundo a ONU, pelo menos 258 mil pessoas foram diretamente afetadas pelas chuvas intensas e seus efeitos, espalhada em 15 das 18 províncias do país. Cerca de 27,6 mil casas foram “completamente destruídas”, e outras 42 mil “parcialmente destruídas”, de acordo com autoridades sudanesas. A notícia é da Associated Press.

Em tempo 2: Nos Estados Unidos, o governo do Mississipi decretou estado de emergência por causa das fortes chuvas que causaram inundações em diversos pontos do estado. A tempestade também danificou a principal estação de tratamento de água da capital, Jackson, que está sem fornecimento de água potável desde 3ª feira (30/8). Os moradores estão em uma situação curiosa: cercados por água, mas sem água para beber. Associated Press, Guardian e Reuters deram mais informações.

 

ClimaInfo, 1º de setembro de 2022.

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