Clima extremo: chuvas no Paquistão foram 10 vezes mais fortes que o normal

Clima Extremo Paquistão
AP Photo/Zahid Hussain

Uma análise da Agência Espacial Europeia indicou que as chuvas devastadoras que atingiram o Paquistão nas últimas semanas foram causadas por uma temporada de monção 10 vezes mais potentes que o habitual. Segundo a agência, cerca de 1/3 do território paquistanês segue debaixo d’água, uma inundação “catastrófica” que pode se tornar o pior desastre natural da história do país. A AFP destacou essa informação.

“É difícil absorver a escala da devastação. As inundações afetaram 33 milhões de pessoas em todo o país, quase metade delas crianças”, assinalou Christine Ro na Forbes. Ela lembrou que, além das chuvas, a grave crise econômica pela qual o Paquistão atravessa também contribuiu para ampliar o impacto. Já Archana Chaudhary e Aaron Clark apontaram na Bloomberg outro fator que também ajudou a aumentar os danos desta temporada de monção: o derretimento das coberturas geladas do Himalaia. Com a temperatura mais quente, essas geleiras acabam virando lagos glaciais, que depois estouram montanha abaixo levando consigo tudo o que vêem pela frente.

“Essa inundação deve servir como um alerta para a comunidade internacional acelerar seus esforços para ação climática. O Paquistão emite menos de 1% das emissões globais de gases de efeito estufa, mas está carregando um enorme fardo das mudanças climáticas. E a grande maioria das pessoas afetadas são os mais pobres”, escreveu Fahad Saeed, da Climate Analytics, no site Climate Home. “A devastação enfrentada pelo Paquistão agora é um mero precursor do que podemos ver em níveis mais altos de aquecimento”.

Em tempo: Na coluna Crise Climática, do UOL, Cinthia Leone trouxe dados de um estudo divulgado nesta semana que revelou o prejuízo potencial que a mudança climática pode causar em termos de risco hídrico. Até 2050, cerca de US$ 5,6 trilhões podem ser perdidos em apenas sete países – Filipinas, EUA, Austrália, China, Emirados Árabes Unidos, Canadá e Reino Unido. Em termos absolutos, os norte-americanos teriam o prejuízo mais salgado (quase US$ 4 trilhões); já em termos relativos, as Filipinas saíram pior, com uma perda anual de 0,7% de seu PIB.

 

ClimaInfo, 2 de setembro de 2022.

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