“Carnificina climática”, diz Guterres sobre enchentes históricas no Paquistão

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AP Photo/Fareed Khan

A passagem do secretário-geral da ONU, António Guterres, nas áreas mais castigadas pelas fortes chuvas de monção dos últimos meses no Paquistão deixou evidente o tamanho do desastre sofrido pela população, que ainda contabiliza os mortos e o prejuízo econômico. Sem papas na língua, o líder português classificou a tragédia como uma “carnificina climática” tamanha sua dimensão. “Eu simplesmente não tenho palavras para descrever o que vi hoje”, lamentou.

O chefe da ONU também cobrou os governos das nações desenvolvidas por mais recursos emergenciais e de reconstrução para o Paquistão. “Os países mais ricos são moralmente responsáveis por ajudar os países em desenvolvimento como o Paquistão a se recuperarem de desastres como esse e a se adaptarem para aumentar a resiliência aos impactos climáticos que infelizmente se repetirão no futuro”, destacou Guterres. AFP, Associated Press e Reuters repercutiram o apelo.

Enquanto isso, as autoridades paquistanesas correm contra o tempo para evitar que a usina hidrelétrica de Dadu, na província de Sindh, seja afetada pelas inundações. De acordo com a Reuters, soldados passaram os últimos dias construindo um dique em frente à estação. A preocupação se deve à importância da usina para a geração de eletricidade no país: ela fornece energia para a maior parte dos distritos desta província e um eventual colapso pode dificultar ainda mais os esforços de resgate e cuidado médico e hospitalar às vítimas. Ao mesmo tempo, a Associated Press noticiou que o Paquistão está enfrentando escassez de alimentos por conta das inundações.

Em tempo: A situação é preocupante no leste da África. Depois de mais uma temporada chuvosa abaixo da média, as agências humanitárias que operam na região estão alertando para o risco de milhões de pessoas passarem fome nos próximos meses. Além da falta de chuvas, a disrupção causada pela guerra na Ucrânia nos fluxos internacionais de alimentos também prejudicou a segurança alimentar de países como Somália, Etiópia e Quênia. O Wall Street Journal deu mais informações.

 

ClimaInfo, 13 de setembro de 2022.

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