Poluição gerada por incêndios florestais ameaça décadas de avanço na qualidade do ar

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Daniel Kim/AP

Os incêndios florestais que viraram uma presença frequente no noticiário e no dia-a-dia de milhões de norte-americanos nos últimos anos começam a causar prejuízos à qualidade do ar nos Estados Unidos. De acordo com um novo estudo, o número de pessoas expostas a níveis insalubres de fuligem e cinzas por pelo menos um dia por ano aumentou 27 vezes na última década, sendo que 25 milhões de pessoas foram impactadas com o ar tóxico dos incêndios somente em 2020.

Os principais índices de poluição subiram na porção oeste dos EUA, a mesma área que vem sofrendo ano após ano com o aumento dos incêndios florestais. Só na Califórnia, seis dos sete maiores incêndios já registrados ocorreram desde 2020. Para os autores do estudo, o impacto do fogo intenso no ar está fazendo o país retroceder décadas no esforço para reduzir a poluição atmosférica.

“Estamos vendo a ruína de muito desse progresso, especialmente no Oeste”, observou Marshall Burke, da Universidade de Stanford e coautor do estudo. “Houve aumentos realmente dramáticos de fumaça dos incêndios florestais como poluição do ar, em alguns lugares revertendo totalmente o impacto da Lei do Ar Limpo [legislação de 1970 que iniciou o combate à poluição atmosférica nos EUA]. Tem sido notavelmente rápido. Nossos regulamentos de poluição do ar não são projetados para lidar com isso. É um problema preocupante”.

O estudo foi publicado na revista Environmental Science and Technology, com destaques no Guardian e NY Times.

Em tempo: O aumento da poluição do ar nas cidades está prejudicando a saúde dos adolescentes. De acordo com um estudo publicado nesta semana na revista Journal of the American Heart Association, cerca de 80% dos jovens com 17 anos que moram em áreas urbanas estão sob risco acentuado de desenvolver arritmia cardíaca. Para os autores do estudo, da Penn State University (EUA), o principal vilão está no material particulado PM2,5, produzido pela queima de combustíveis fósseis, e que acaba entrando na corrente sanguínea a partir da respiração. O Globo deu mais informações.

 

ClimaInfo, 23 de setembro de 2022.

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