Enquanto a geração de energia renovável segue crescendo e gerando empregos em todo o mundo, a indústria de combustíveis fósseis apela para a “contabilidade criativa” para exagerar seus números de empregados. Uma análise divulgada pela organização Food & Water Watch na semana passada revelou que essa conta pode estar distorcida em mais de 10 milhões de empregos.
Os números exagerados teriam como objetivo dificultar eventuais medidas governamentais contra a indústria fóssil, sob a justificativa de que poderiam levar ao fechamento de postos de trabalho no setor. “A indústria do petróleo e gás e seus proponentes estão enganando o público e os formuladores de políticas sobre os benefícios econômicos desse setor destrutivo”, afirma o relatório.
De acordo com a Food & Water Watch, o principal estratagema utilizado pelo setor para insuflar seu número de empregados está na inclusão dos postos de emprego indiretos, como motoristas de caminhão e atacadistas que vendem ou entregam produtos de combustível fóssil, ou até mesmo empresas que fabricam asfalto e telhados, materiais feitos de petróleo. Nos EUA, só os empregos nos postos de combustíveis representariam cerca de metade do total citado por entidades representativas e lobistas da indústria fóssil (11,3 milhões).
“A indústria de petróleo e gás prefere pagar aos acionistas do que aos trabalhadores”, disse Oakley Shelton-Thomas, pesquisador sênior da Food & Water Watch . “Deve estar claro agora que mais produção significa mais poluição, mas isso não significou preços mais baixos ou mais empregos.”
O Inside Climate News deu mais detalhes sobre o levantamento.
Em tempo: O governo do Peru decretou estado de emergência de 90 dias em área da Amazônia por conta de um vazamento de petróleo. Duas semanas atrás, o oleoduto Norperuano sofreu uma ruptura na região de Loreto, no nordeste do país, derramando cerca de 2,5 mil barris de petróleo bruto no rio Cuninico e afetando seis comunidades indígenas. A notícia é da CNN Brasil.
ClimaInfo, 29 de setembro de 2022.
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