A Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica realizará a parte final de sua 15ª Conferência (COP15) em dezembro, logo após a COP27 do Clima. O encontro será importantíssimo para que os países finalmente cheguem a um acordo sobre um novo tratado para a proteção da biodiversidade.
O “negociador secreto” que escreve para o Guardian destacou certo otimismo sobre um possível entendimento entre os países: “O texto está uma bagunça, mas não compartilho do pessimismo das principais ONGs que alertaram que as negociações estão em crise, culpando a falta de atenção dos líderes mundiais. Acredito que os países estão levando a COP15 a sério e podemos terminar com um acordo substantivo. Se será o ‘momento parisiense’ [em alusão ao Acordo de Paris] da biodiversidade, isso permanece incerto, porque a biodiversidade é muito mais complexa do que a crise climática”.
Persiste mais um ponto de interrogação: o que fará o Brasil do (ainda?) presidente Bolsonaro? “[O Brasil] abriga o maior pedaço da Amazônia e já foi um defensor do meio ambiente no cenário mundial. A agricultura agora supera a conservação na política interna do Brasil e, à medida que as eleições presidenciais se aproximam, Jair Bolsonaro pode ter um grande impacto no acordo que alcançamos na COP15, independentemente dele ganhar ou perder”.
Eis o raciocínio: “Se Bolsonaro vencer, o Brasil pode dificultar um texto final ambicioso. Se seu principal rival, o ex-presidente Lula, vencer – e Bolsonaro aceitar – ele ainda poderá instruir sua equipe de negociação a causar problemas, mesmo que apenas para constranger seu sucessor”.
Isso seria infantil demais. No entanto, se tem uma coisa que os últimos quatro anos nos mostraram, é que o estoque de infantilidade do atual ocupante do Palácio da Alvorada é inesgotável.
ClimaInfo, 29 de setembro de 2022.
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