Clima extremo: força e impacto do furacão Ian surpreendem nos EUA

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Joe Burbank/Orlando Sentinel via AP

A passagem do furacão Ian sobre o estado norte-americano da Flórida segue causando surpresa e alerta para autoridades e especialistas. 

De acordo com a Associated Press, pelo menos 74 mortes foram confirmadas até esta 3ª feira (4/10) nos EUA, além de outras três em Cuba. Mais de 1,6 mil pessoas foram resgatadas na Flórida, depois que cidades inteiras foram arrasadas pelos ventos fortes e chuvas intensas do último final de semana.

Uma análise inicial de pesquisadores da Universidade do Estado de Nova York, focada apenas na precipitação registrada durante a passagem de Ian, sugeriu que a mudança do clima pode ter intensificado as chuvas em 10% em relação ao que seria em um cenário sem o aquecimento do planeta. A Bloomberg destacou essa informação.

Além da força, os danos causados por Ian também chamam a atenção. Como a CNN assinalou, a área mais afetada pelo furacão também foi uma das que registraram o maior crescimento demográfico dos últimos tempos nos EUA. 

Desde 2010, a população da Flórida aumentou quase 3 milhões de pessoas, e a região de Fort Myers, no sudoeste do estado, passou de cerca de 444 mil habitantes no começo do século para mais de 787 mil no ano passado.

A explosão demográfica não foi acidental. As áreas afetadas por Ian na última semana passaram mais de um século sem experimentar tempestades tão fortes, diferentemente de outras regiões da Flórida. Ao mesmo tempo, o preço médio dos imóveis é mais baixo que em condados mais badalados, como Miami-Dade. Segundo o Washington Post, Ian deve intensificar o problema da habitação na Flórida, um dos estados mais caros dos EUA.

O resultado disso são construções menos resistentes a furacões e imóveis com menos cobertura de seguros contra tempestades e outros eventos climáticos. Ainda assim, de acordo com dados divulgados pela Reuters, o setor de seguros espera desembolsar até US$ 57 bilhões para cobrir os prejuízos causados por Ian na Flórida e na Carolina do Sul.

BBC e Guardian também destacaram o prejuízo causado pelo furacão Ian nos EUA. Já a Reuters mostrou os protestos em Cuba causados pela demora das autoridades do país em atender às vítimas da tempestade.

Em tempo: O furacão Orlene atingiu a costa sudoeste do México na última 2ª feira (3/10), com ventos de até 130 km/h. As áreas mais atingidas, nos estados de Nayarit e Sinaloa, experimentaram chuva intensa, mas sem registro de vítimas. Associated Press, Bloomberg, CNN, NY Times, Reuters e Washington Post deram mais informações.

 

ClimaInfo, 05 de outubro de 2022.

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