Sob pressão, União Europeia impõe limite ao preço de combustíveis russos

UE petróleo russo
Gaetano Adriano Pulvirenti/AP

Depois de muita negociação, os países da União Europeia chegaram a um acordo ontem (5/10) para impor novas sanções à Rússia por conta da invasão à Ucrânia. Uma das medidas definidas pelos 27 países da UE em Bruxelas foi o estabelecimento de um teto para o preço do petróleo russo ainda importado pelo bloco.

O acordo, que entra em vigor amanhã (6/10), proíbe o transporte marítimo de petróleo russo para países terceiros acima de um teto de preço de petróleo. A medida também estenderá a proibição de importações de bens, incluindo produtos de aço, e o fornecimento de serviços de tecnologia da informação, engenharia e assessoria jurídica para entidades russas por empresas que operam na UE.

Há semanas, os países da UE vinham discutindo uma nova rodada de sanções ao governo de Vladimir Putin na Rússia. O bloco já concordou em reduzir e deixar de importar petróleo russo a partir do final deste ano e definiu um cronograma para diminuir a dependência de gás natural no médio prazo. A medida anunciada agora era vista com reserva por países importadores de petróleo russo, como a Hungria, e pelos que têm grande participação no transporte marítimo internacional, como Grécia e Chipre.

A anexação de três territórios ucranianos pela Rússia formalizada na semana passada, bem como o vazamento ainda misterioso nos gasodutos Nord Stream no Mar Báltico, acabaram intensificando as negociações dentro da UE em torno de novas sanções às autoridades russas e aos aliados de Putin.

Associated Press, Bloomberg, Deutsche Welle, Euronews e Wall Street Journal, entre outros, repercutiram a notícia.

Enquanto isso, os europeus também seguem na corrida para garantir os estoques de gás necessários ao atendimento da demanda energética durante o inverno. Segundo o Guardian, o governo do Reino Unido abandonou uma campanha de informação pública para incentivar a redução do consumo de energia, em linha com a promessa feita pela primeira-ministra Liz Truss de que os britânicos não sofrerão com racionamento elétrico nos próximos meses. Já na União Europeia, de acordo com o Washington Post, o otimismo é menor: mesmo com medidas recentes para reforçar a segurança energética, o risco de um racionamento ainda é substancial, especialmente se o frio for mais intenso que a média dos invernos recentes.

Em tempo: Autoridades ucranianas divulgaram uma estimativa dos danos ambientais causados pela invasão russa ao país. Pelas contas de Kiev, o país perdeu cerca de 36 bilhões de euros em termos de destruição de áreas protegidas e poluição do ar, da terra e da água. A notícia veio da Reuters.

 

ClimaInfo, 06 de outubro de 2022.

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