Com alerta de recessão, OPEP reduz previsão de crescimento de demanda por petróleo

OPEP produção de petróleo 2023
Bloomberg

A invasão da Ucrânia fez os preços do petróleo dispararem no primeiro semestre, permitindo que os países produtores aumentassem sua produção sem risco de ver estes preços baixarem. Ao longo deste mês, as notícias da inflação americana alta e a reação do Fed, escalando a taxa de juros deles, trouxeram as previsões de que 2023 será um ano de recessão ou de crescimento nulo. Por conta disto, nos últimos dias o preço do barril de petróleo caiu.

Na semana passada, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) soltou um relatório dizendo que “olhando para o futuro […], espera-se que os desafios apresentados pelos elevados níveis de incerteza, o abrandamento do crescimento econômico […] afetem a procura de petróleo em 2022 e 2023.” Assim, ela avisou que está reduzindo a produção em 2 milhões de barris por dia, o que já fez o preço do barril voltar a subir. A notícia foi comentada no Valor, Estadão, O Globo e na Bloomberg.

Ao saber dos cortes da oferta da OPEP, a Agência Internacional de Energia (IEA) soltou, na edição de outubro do seu Oil Market Report, um aviso dizendo que “os preços do petróleo podem ser o ponto de desvio para uma economia global já à beira da recessão”. A Bloomberg e a CNN comentaram o trabalho da IEA.

O presidente americano, Joe Biden, mandou um aviso à Arábia Saudita alertando para segurar o preço com ameaças diplomaticamente veladas de restrições. Houve uma troca de mensagens entre os países com final ainda indefinido. Vale ver as matérias da Reuters, Washington Post e Bloomberg.

Em tempo: A Petrobras está para anunciar seu Plano Estratégico 2023-27 no qual a grande aposta é a exploração da “Margem Equatorial”, a faixa litorânea do Amapá e todo o leque da foz do Amazonas. Segundo matéria do Estadão, a empresa olha para a região como sendo um novo “pré-sal”. Seguir buscando novos campos de exploração em tempos de crise climática desmente todas suas declarações de que estaria apostando nas fontes renováveis. Isso sem mencionar os riscos de impactos no meio ambiente de uma região de reconhecida fragilidade.

 

ClimaInfo, 14 de outubro de 2022.

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