Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da LCA Consultores mostrou o tamanho do prejuízo imposto à economia mundial pela destruição da floresta amazônica nos últimos quatro anos.
De acordo com a análise divulgada pel’O Globo, “o forte aumento dos desmatamentos e emissões de gases de efeito estufa (frente a 2018) gerou um prejuízo econômico para o mundo de R$ 1,18 trilhão” – o que corresponde a 12,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do último ano.
O cálculo matemático deixa evidente como o desmatamento, ao invés de gerar riqueza, acaba inviabilizando-a, especialmente quando considerados os impactos sistêmicos da perda da floresta à biodiversidade e ao clima. “Há um custo econômico com o meio ambiente deteriorado, um prejuízo ao longo dos próximos anos e décadas. Ao sintetizar o número dessa perda, é possível orientar melhor as políticas públicas nessa área”, afirmou o economista Bráulio Borges, da FGV, autor principal do estudo.
A somatória dos últimos quatro anos, coincidente com o mandato de Bolsonaro, é assustadora. De 2019 a 2022, quase 50 mil km2 de floresta foram derrubados, um aumento de 72% em relação ao quadriênio anterior (2015-2018) e de 125% na comparação com o período 2011-2014.
Em tempo 1: Uma investigação da Earthsight e do Mongabay revelou como uma empresa norte-americana se aproveitou de lacunas na legislação para inundar os EUA com produtos de madeira extraída ilegalmente do Brasil. A Indusparquet é acusada de usar intermediários que, de forma irregular, facilitam o acesso a madeira tropical retirada de Terras Indígenas brasileiras ou fornecida de empresas multadas em milhões de reais por irregularidades ambientais. A reportagem sistematiza como o esquema funciona e recomenda um conjunto de ações ao novo governo brasileiro e às autoridades norte-americanas.
Em tempo 2: Relembrar é remoer. Um ex-ministro do meio ambiente do governo Bolsonaro, recém-eleito deputado federal por São Paulo, foi forçado a deixar o posto no ano passado depois de ser acusado de envolvimento com um esquema que facilitava a importação de madeira brasileira de origem suspeita para os EUA. O eleitorado paulista pode até se esquecer disso, mas a gente está aqui para lembrar sempre que possível – e necessário.
ClimaInfo, 20 de outubro de 2022.
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