A proposta de taxação das emissões de metano de criadores de boi e ovelhas feita pelo governo da Nova Zelândia está gerando um burburinho entre os produtores rurais do país.
Na semana passada, alguns deles protestaram nas ruas da capital Wellington contra a iniciativa, alegando que esta prejudicará a pecuária neozelandesa e contestando eventuais benefícios em termos de cortes de emissões do potente gás de efeito estufa.
A mobilização dos produtores na Nova Zelândia pode indicar um obstáculo importante para os planos nacionais de redução das emissões de metano, um dos tópicos mais destacados na última Conferência do Clima da ONU em Glasgow (COP26), no ano passado.
Como assinalado pelo Climate Home, grupos conservadores de direita já estão aproveitando a movimentação para promover desinformação e contestar políticas e metas nacionais para o metano.
A bronca chegou ao governo de Jacinta Ardern na Nova Zelândia. Até mesmo o ministro de mudanças climáticas, James Shaw, externou preocupações com a falta de ambição do plano como um todo e o fato deste concentrar esforços apenas na indústria pecuária, deixando de lado outros setores que também contribuem para a liberação de metano na atmosfera – em especial, a indústria de combustíveis fósseis.
Enquanto isso, na vizinha Austrália, o governo anunciou a adesão a um pacto global para a redução das emissões de metano em 30% até o final desta década. A medida é mais um esforço do primeiro-ministro Anthony Albanese para a retomada da política climática do país depois de uma década de governos conservadores negacionistas.
“O metano corresponde a 24% das emissões da Austrália e somos o 11o maior emissor de metano do mundo, por isso é muito importante que tenhamos um lugar na mesa e façamos nossa parte por sua solução”, destacou o ministro de clima e energia, Chris Bowen.
Bloomberg, Guardian e Reuters repercutiram a notícia.
ClimaInfo, 25 de outubro de 2022.
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