Em 10 meses, Amazônia bate recorde anual de desmatamento

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Bruno Kelly / Greenpeace

O ano de 2022 não terminou, mas a Amazônia já experimenta seu ano-calendário mais devastador da série histórica. De acordo com o sistema DETER/INPE, o acumulado de alertas de desmatamento entre 1º de janeiro e 21 de outubro é de 9.277 km2. Com dois meses até o final efetivo deste ano, o total de área afetada pelo desmatamento em 2022 já supera o total do pior ano dos registros até aqui, 2019, quando os alertas somaram 9.178 km2

Assim, o 4º (e último) ano do governo Bolsonaro marca também o 4o ano consecutivo em que os alertas anuais superam a marca de 8 mil km2. “O Brasil já teve taxas anuais maiores [antes da série histórica], mas quando começaram as medidas mais efetivas nunca ocorreu um descontrole como vem ocorrendo desde 2019”, assinalou Suely Araújo, do Observatório do Clima, ao g1.

“Esses dados do DETER não surpreendem, infelizmente, porque a gente já vinha acompanhando esses números. O nosso grande desafio é olhar para essas curvas e ver como podemos reverter isso”, observou Mariana Napolitano, do WWF-Brasil. “Vale lembrar que o Brasil tem uma posição de poder cumprir suas metas climáticas apenas parando o desmatamento, que não tem diferença significativa no seu PIB, pois esse é um desmatamento muito ligado a grilagem e atividades ilegais que não geram nem crescimento econômico nem distribuição de renda”.

Deutsche Welle, Metrópoles e TV Cultura também destacaram os dados do DETER sobre o desmatamento acumulado em 2022.

 

ClimaInfo, 1º de novembro de 2022.

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