“Qualquer marola pode nos afogar”

Marola climática
Amnesty International

A emergência climática está se tornando uma crise de Direitos Humanos de proporções sem precedentes. Isso fica claro nas histórias e experiências vividas pelas comunidades afetadas. As histórias ilustram como os impactos relacionados à crise climática prejudicam as pessoas, como as mudanças climáticas em si podem agravar outras vulnerabilidades e como essas mudanças impedem as pessoas de viver uma vida plena.

Para fornecer uma visão geral do problema, a Anistia Internacional lançou um relatório com sete estudos de caso em diferentes contextos na Áustria e na Suíça, Canadá, Bangladesh, Fiji, Honduras, Federação Russa e Senegal.

Os casos do sudoeste de Bangladesh (distritos de Satkhira e Khulna), do sudoeste de Honduras (Golfo de Fonseca, município de Marcovia) e do Senegal (cidade de Saint-Louis) são particularmente emblemáticos do forte impacto da elevação do nível do mar, das tempestades e inundações sobre os direitos à vida, saúde, alimentação, água, saneamento, moradia adequada, trabalho e um padrão de vida adequado em comunidades costeiras empobrecidas e marginalizadas.

Os casos da comunidade Innu de Pessamit, na província de Quebec, Canadá, e dos Povos Indígenas em Yakutia, na Federação Russa, são ilustrativos dos distintos impactos que a crise climática tem sobre esta população, particularmente em seus direitos culturais e no seu modo tradicional da vida.

O caso dos moradores do Daloumani Safe Home, em Fiji, é um exemplo dos impactos das mudanças climáticas sobre as pessoas marginalizadas que vivem em assentamentos informais com moradias inadequadas, bem como do fardo adicional sofrido por pessoas de orientação sexual e/ou identidade de gênero diversas.

O caso da Áustria e da Suíça mostra como os direitos dos idosos, pessoas com deficiência e pessoas em situação de rua são particularmente ameaçados por extremos de calor mais frequentes e severos na Europa.

O relatório aponta, ainda, que as pessoas na linha de frente da crise climática não são sofredoras passivas. Muitas vezes, elas têm sugestões importantes para medidas concretas e específicas para limitar o impacto das mudanças climáticas sobre seus direitos.

O trabalho inclui também recomendações aos países afetados, além de um grupo específico de recomendações aos países ricos e industrializados.

 

ClimaInfo, 7 de novembro de 2022.

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