Mesmo com a ciência alertando para a importância de acabarmos com o consumo de combustíveis fósseis nos próximos anos para evitar um aquecimento global superior a 1,5ºC neste século, o Brasil está entre os países que planejam mais investimentos em produção de petróleo e gás natural até 2025.
De acordo com um relatório divulgado pela Oil Change Internacional na semana passada, nosso país é o 4º com a maior expansão programada de produção de combustíveis fósseis nos próximos três anos, atrás apenas de EUA, China e Emirados Árabes Unidos. Ao mesmo tempo, a Petrobras está na 5ª colocação no ranking das 20 empresas com maiores investimentos previstos na produção de petróleo e gás, atrás de Saudi Aramco, National Iranian Oil Company, TotalEnergies e CNOOC.
“Estamos indo para uma direção de investir e nos algemar em um combustível que vai ficar obsoleto muito em breve”, disse Nicole Oliveira, do Instituto Arayara, à Agência Pública.
No geral, os novos projetos previstos para os próximos três anos podem causar a emissão cumulativa de 70 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (gtCO2e), o equivalente a quase dois anos de emissões globais de carbono de energia nos níveis atuais, além de 17% do orçamento de carbono restante para o mundo dentro do limite de 1,5ºC de aquecimento.
Em tempo: O BNDES apresentou na COP27 um compromisso para se tornar neutro em carbono até 2050, em linha com os objetivos climáticos do Brasil e do Acordo de Paris. Como assinalou o Capital Reset, o banco está deixando para a próxima gestão tirar essa promessa do papel, mas o plano apresentado oferece um mapa para avançar na descarbonização de sua carteira de mais de R$ 450 bilhões em empréstimos, diretos e indiretos, além de outros quase R$ 70 bi em participações societárias.
ClimaInfo, 22 de novembro de 2022.
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