PF e IBAMA investigam maior fornecedora de mercúrio do Brasil por conexão com garimpo

IBAMA fiscalização mercúrio
Divulgação/Ibama

A Polícia Federal e o IBAMA realizaram nesta 5ª feira (1º/12) uma operação para desbaratar um esquema criminoso que contrabandeava mercúrio para utilização em garimpo ilegal em Terras Indígenas na Amazônia. No centro desse esquema, estaria uma empresa sediada em Paulínia (SP), que concentra 90% do mercado de mercúrio no Brasil.

Batizada de “Hermes (Hg)”, a operação investiga fraudes no Cadastro Técnico Federal (CTF), o sistema de controle da importação e do comércio de mercúrio metálico, sob responsabilidade do IBAMA. De acordo com os investigadores, as fraudes aconteceram a partir do lançamento de dados falsos no sistema, o que resultou em créditos virtuais que mascararam a venda e o transporte de mercúrio real para utilização no garimpo ilegal na Amazônia. A estimativa é de que o esquema tenha “esquentado” duas toneladas de mercúrio.

Foram executados cinco mandados de prisão preventiva e nove de prisão temporária, além de 49 de busca e apreensão em municípios nos estados de Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rondônia. Além dos mandados, a Justiça Federal também determinou o bloqueio de mais de R$ 1,1 bilhão de bens dos investigados. Agência Brasil, Folha, g1 e Valor repercutiram a ação.

Por falar em mercúrio, uma reportagem do InfoAmazonia percorreu os principais pontos de comércio da substância na fronteira entre Brasil e Bolívia e refez o trajeto que resulta na contaminação de solo e rios na região do Tapajós, na Terra Indígena Munduruku. A Bolívia é o maior importador mundial de mercúrio, mas estima-se que metade seja contrabandeada para os países vizinhos, para uso no garimpo ilegal.

Em tempo: As ações recentes do IBAMA e da Polícia Federal na região do rio Juruá, no Amazonas, mostram o tamanho do desafio do próximo governo para combater o garimpo ilegal na Amazônia. ((o)) eco destacou como a atividade criminosa está avançando floresta adentro, ameaçando comunidades indígenas e ribeirinhas.

 

ClimaInfo, 2 de dezembro de 2022.

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