Proposta da UE para certificar remoções de carbono é criticada por especialistas

UE remoções de carbono
REUTERS/Timm Reichert

A Comissão Europeia apresentou ontem (30/11) sua proposta para certificar as remoções de dióxido de carbono da atmosfera, o que inclui remoções feitas por solo e florestas e por métodos artificiais, como as tecnologias de captura e armazenamento de carbono.

A ideia da União Europeia é criar um padrão único que permita dar mais segurança aos desenvolvedores de projetos e aos compradores de créditos de carbono produzidos a partir dessas remoções. 

A proposta apresentada ainda é vaga, com detalhes importantes ainda pendentes – como, por exemplo, quem teria a responsabilidade caso o carbono retido “vaze” de volta a atmosfera. O uso da certificação em mercados voluntários de carbono também é uma questão em aberto, o que alerta ambientalistas preocupados com a possibilidade de greenwashing. “Existem diferentes tipos de remoções – nem todas elas levam ao armazenamento permanente”, explicou Wijnand Stoefs, da Carbon Market Watch.

Já o comissário da UE para o clima, Frans Timmermans, defendeu a proposta e reafirmou que a UE se preocupará com a integridade dessa certificação para garantir remoções efetivas. “Os cortes nas emissões sempre serão o centro dos nossos esforços, mas é impossível reduzir todas as nossas emissões a zero. A estrutura de certificação para remoções de carbono garante que, sempre que uma tonelada de carbono for retirada da atmosfera, podemos verificar essa afirmação”.

Associated Press, Bloomberg, Financial Times e Reuters repercutiram a notícia.

 

ClimaInfo, 1º de dezembro de 2022.

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