Quem quer o quê? O tabuleiro diplomático de um possível novo acordo de biodiversidade

4 de dezembro de 2022
COP15 biodiversidade tabuleiro
Pixabay

Começa na próxima 4ª feira (7/12) a segunda parte da 15ª Conferência de Biodiversidade da ONU (COP15), em Montreal, no Canadá. Depois de um atraso de dois anos, motivado pela pandemia e por problemas no país-sede original, a China, o encontro terá um grande nó a desatar: fechar um novo acordo global para a proteção da diversidade biológica nesta década. O caminho para o entendimento não será fácil.

Uma matéria interativa do Carbon Brief mostra como o tabuleiro diplomático está desenhado para a COP15. As alianças políticas entre os países nas negociações de biodiversidade diferem um pouco do que se vê nas discussões sobre clima; por exemplo, o G77 e China, principal bloco dos países em desenvolvimento nas COPs climáticas, têm menos ressonância e articulação nas conversas sobre diversidade biológica.

Mesmo os países florestais não possuem uma articulação clara de interesses, a despeito da condição similar: por exemplo, Costa Rica e Colômbia costumam ser mais vocais na defesa de um acordo ambicioso para biodiversidade do que o Brasil, que até obstrui alguns tópicos das negociações.

Entre os principais grupos que se articulam em torno do novo acordo, especialmente em torno da meta de proteção de 30% do território terrestre e marinho da Terra até 2030, estão a Coalizão de Alta Ambição para a Natureza e as Pessoas, copresidida por Costa Rica e França, que reúne 144 países; e a Aliança Oceânica Global, liderada pelo Reino Unido, com 73 países.

Além da proteção ambiental, outro tópico que deve ser discutido é o financiamento para a proteção da biodiversidade. No caso, o debate é parecido com o que se vê na discussão sobre clima: os países em desenvolvimento cobram mais apoio financeiro dos países desenvolvidos, os quais tentam incluir os países emergentes no bolo dos financiadores.

Nesse ponto, um dos destaques é a proposta do Brasil para criar um fundo global para a biodiversidade, na linha do Fundo Climático Verde da ONU, com a expectativa de reunir os mesmos US$ 100 bilhões anuais. Outra ideia é a troca de pagamento de dívida externa por recursos para proteção ambiental nos países em desenvolvimento.

 

ClimaInfo, 5 de dezembro de 2022.

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