Novo governo: “Queremos uma política ambiental transversal”, defende Marina Silva

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OUTRAS MÍDIAS / SUMAÚMA

O presidente-eleito Lula encontrará um cenário desafiador em diversas áreas, mas poucas se mostram tão complicadas como a ambiental. Por isso, o próximo governo vem sinalizando uma priorização desse tema, dando um destaque que ele nunca tinha tido até hoje.

“A política ambiental será transversal. Isso significa que a questão ambiental não é setorial, [a partir da ideia] de que não tem impacto sobre as atividades econômicas e de que o meio ambiente é alheio às atividades econômicas. As coisas precisam caminhar juntas”, afirmou a ex-ministra e deputada federal eleita Marina Silva (SP), durante evento com a equipe de transição, citada pelo Valor.

Essa promessa de Lula motivou a reaproximação com Marina, ainda durante a campanha eleitoral, depois de mais de uma década de distanciamento político. Em virtude disso, o nome dela segue entre os favoritos para chefiar o Ministério do Meio Ambiente no próximo governo.

Do “outro lado do balcão”, por assim dizer, representantes do agronegócio também esperam que as ações do novo governo para combater o desmatamento possam melhorar a imagem internacional do setor, severamente prejudicada pelo atual desgoverno.

Em evento setorial nesta semana, eles debateram como a omissão da gestão Bolsonaro no combate ao desmatamento contribuiu para facilitar a aprovação da nova lei que restringe a importação de commodities associadas ao desmatamento na União Europeia.

“O Brasil tem sido vilanizado nessa área [ambiental], mas tem a ver com o descontrole da ilegalidade essencialmente. Isso pode ser reduzido, pode ser feito com esforço coordenado. Deve ser a principal marca do novo governo”, destacou Marcos Jank, do Insper, também citado pelo Valor.

Em tempo: Com o Brasil pensando no novo governo, fica até difícil acompanhar o que acontece com os escombros do antigo. De toda forma, fica aqui a informação: a Justiça de São Paulo julgou improcedente a ação movida por um ex-ministro do meio ambiente do governo Bolsonaro contra o ex-presidenciável Ciro Gomes. O sujeito ficou na bronca por ter sido chamado de “ex-ministro do desmatamento e contrabando” da atual gestão pelo então candidato durante uma entrevista a um podcast. Na decisão, a juíza Patrícia Martins Conceição, da 37ª Vara Cível de SP, argumentou que a declaração de Ciro está embasada em informações veiculadas na imprensa que não foram negadas pelo ex-ministro. g1 e UOL deram mais informações.

 

ClimaInfo, 9 de dezembro de 2022.

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