IEA: Europa ainda está sob risco de colapso energético

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Por ora, a Europa parece estar livre da possibilidade de apertos energéticos. Porém, a coisa é diferente quando se considera o futuro no médio prazo: de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), o continente europeu pode experimentar uma situação energética mais desafiadora em 2023, com risco da Rússia interromper totalmente o fornecimento de gás natural e o frio ficar mais intenso nos primeiros meses do próximo ano.

Um levantamento da IEA divulgado nesta 2ª feira (12/12) apontou que a UE enfrenta um déficit potencial de quase 30 bilhões de metros cúbicos de gás em 2023, em um cenário em que as entregas de combustíveis pela Rússia caem para zero e as importações de gás natural liquefeito (GNL) da China se recuperem para os níveis de 2021. Se a Europa não tomar medidas de eficiência energética e expansão da geração renovável de energia, ela poderá ter problemas graves de desabastecimento energético no ano que vem.

“A União Europeia fez progressos significativos na redução da dependência do fornecimento de gás russo, mas ainda não está fora da zona de perigo”, alertou Fatih Birol, diretor-executivo da IEA. “Muitas das circunstâncias que permitiram aos países da UE encher suas reservas de gás antes deste inverno podem não se repetir em 2023.”

A UE conseguiu garantir os estoques de gás para o inverno ao longo deste ano, por meio de seu plano REPowerEU, que conseguiu reduzir em ⅔ a demanda de gás russo em relação ao começo de 2022. Com a iniciativa, os países europeus conseguiram novos fornecedores de gás, especialmente no norte da África e no Oriente Médio, além de um novo acordo com os EUA para compra de GNL. Ao mesmo tempo, o bloco avançou com investimentos em geração renovável e brecou a desativação de termelétricas a carvão e usinas nucleares. 

ABC News, CNN, Guardian, POLITICO e Reuters abordaram o levantamento da IEA sobre a situação energética da Europa.

 

ClimaInfo, 13 de dezembro de 2022.

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