Enquanto Estados Unidos e União Europeia ainda enfrentam problemas para se alinhar no que diz respeito a incentivos para carros elétricos, os dois mercados estão mais próximos de um acordo em relação à taxação de aço e alumínio a partir de sua intensidade de carbono. A medida tem um produtor em particular na mira – a China.
De acordo com a Reuters, a proposta do governo norte-americano para os parceiros europeus é a criação de um “clube” global, que reuniria países em torno de padrões de “intensidade de emissões” para a produção de aço e alumínio.
Pela proposta, os países com emissões superiores a esses padrões pagariam tarifas mais altas ao exportar esses produtos para países com emissões mais baixas; já países com emissões iguais ou inferiores aos padrões do país importador não pagariam essa taxa de carbono.
“Haveria uma vantagem em estar no clube, pois proporcionaria um nível menor de tarifas de carbono, enquanto países fora do “clube” pagariam tarifas mais altas”, justificou uma fonte. “Isso tudo é muito conceitual e há muito trabalho pela frente. Os detalhes serão muito importantes”.
Esse “clube” seria uma maneira de aplicar o chamado “ajuste de fronteira”, definido pela UE no ano passado para encarecer produtos como aço, alumínio, fertilizantes e cimento de países que tenham metas climáticas menos rigorosas que as europeias. O que chama a atenção é a adesão dos EUA à proposta, o que mostra a disposição do governo de Joe Biden de usar o comércio exterior como ferramenta para pressionar outros países por mais ambição climática.
Bloomberg, Capital Reset e NY Times também abordaram essa notícia. Já a South China Morning Post destacou a resposta chinesa à proposta, classificada como um “precedente preocupante” que pode prejudicar o comércio internacional.
ClimaInfo, 13 de dezembro de 2022.
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