ONU cita Mata Atlântica como exemplo de restauração 

ONU Mata Atlântica
Adriano Gambarini | WWF-Brasil

A restauração florestal da Mata Atlântica ganhou destaque na Conferência da ONU sobre Biodiversidade (COP15), que acontece no Canadá. Ela foi incluída entre as dez iniciativas de referência para restauração de ecossistemas e, a partir de agora, pode receber promoção, aconselhamento e financiamento apoiados pela ONU.

A indicação foi feita pelo Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, que reúne governos, empresas e sociedade civil, e a Rede Trinacional de Restauração da Mata Atlântica, que conta com organizações de Brasil, Argentina e Paraguai.

“Centenas de organizações estão ativas no esforço de décadas para proteger e restaurar a floresta nos três países”, destacou a ONU. “Suas iniciativas estão criando corredores de vida selvagem para espécies ameaçadas, como a onça-pintada e o mico-leão-dourado, garantindo o abastecimento de água para as pessoas e a natureza, combatendo e desenvolvendo resiliência às mudanças climáticas e criando milhares de empregos.”

De acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, integrante das duas redes, a nomeação “reconhece que a restauração é uma atividade que vai além do plantio de árvores, promovendo múltiplos benefícios à natureza e às pessoas, inclusive gerando trabalho e renda”.

Os dez projetos foram selecionados no âmbito da Década da Restauração dos Ecossistemas, um movimento global coordenado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Organização da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO). Juntas, as iniciativas visam a restaurar mais de 68 milhões de hectares e criar quase 15 milhões de empregos.

Ciclovivo, Folha, ((o)) eco e Um Só Planeta repercutiram o anúncio feito na conferência.

Em tempo: Por falar em restauração, um termo vem ganhando espaço na COP15: “natureza positiva”. Como o Guardian assinalou, o termo tenta repetir o efeito do net zero climático nas negociações sobre diversidade biológica; nesse caso, o sentido é que, até 2030, o mundo passe a ter ganhos de natureza, revertendo o processo de degradação e perda da biodiversidade. No entanto, isso não é tão simples. A falta de definição clara pode fazer com que, da mesma forma que acontece com net zero, a coisa descambe para um novo greenwashing no mundo corporativo.

 

ClimaInfo, 14 de dezembro de 2022.

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