Nunca o ditado “a raposa tomando conta do galinheiro” fez tanto sentido na seara climática como na última semana, quando o governo dos Emirados Árabes Unidos (EAU) confirmou a indicação de Sultan Ahmed Al Jaber para a presidência da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP28), programada para acontecer em novembro n
Nunca o ditado “a raposa tomando conta do galinheiro” fez tanto sentido na seara climática como na última semana, quando o governo dos Emirados Árabes Unidos (EAU) confirmou a indicação de Sultan Ahmed Al Jaber para a presidência da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP28), programada para acontecer em novembro no país árabe. Ministro de indústria e tecnologia dos EAU, Al Jaber também é CEO da gigante estatal petroleira Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc).
A indicação, como esperado, foi pessimamente recebida por ativistas climáticos e especialistas, que alertam para a força que a indústria petroleira pode adquirir dentro das negociações climáticas com um executivo seu no comando do processo. Isso já vinha sendo assinalado desde o ano passado, na COP27 de Sharm el-Sheikh, onde a presença de empresas e empresários do setor foi explícita até mesmo dentro de delegações nacionais.
A Climate Action Network (CAN International) ressaltou que a presença de Al Jaber na presidência da COP28 representa um “conflito de interesses” que pode fragilizar as negociações. “Se ele não deixar o cargo de CEO, será equivalente a uma captura em grande escala das negociações climáticas da ONU por uma empresa petrolífera nacional e de seus lobistas dos combustíveis fósseis”, afirmou Tasneem Essop, da CAN.
Al Jaber foi defendido pelo governo dos EAU, que destacou sua experiência como executivo de energia renovável – ele também é CEO de outra empresa estatal nessa área, a Masdar. Entre os principais governos, a recepção ao nome de Al Jaber foi mais amena: por exemplo, o enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, citou a atuação do executivo em negociações climáticas no passado como argumento positivo em seu favor. “Esta combinação única ajudará a trazer todas as partes interessadas para a mesa para se mover mais rápido e em escala”, escreveu Kerry no Twitter.
A indicação de Al Jaber para a presidência da COP28 teve ampla repercussão, com manchetes na Associated Press, BBC, Climate Home, CNN, Financial Times, Guardian, NY Times e Reuters, entre outros. No Brasil, Folha, O Globo e Valor destacaram a notícia.o país árabe. Ministro de indústria e tecnologia dos EAU, Al Jaber também é CEO da gigante estatal petroleira Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc).
A indicação, como esperado, foi pessimamente recebida por ativistas climáticos e especialistas, que alertam para a força que a indústria petroleira pode adquirir dentro das negociações climáticas com um executivo seu no comando do processo. Isso já vinha sendo assinalado desde o ano passado, na COP27 de Sharm el-Sheikh, onde a presença de empresas e empresários do setor foi explícita até mesmo dentro de delegações nacionais.
A Climate Action Network (CAN International) ressaltou que a presença de Al Jaber na presidência da COP28 representa um “conflito de interesses” que pode fragilizar as negociações. “Se ele não deixar o cargo de CEO, será equivalente a uma captura em grande escala das negociações climáticas da ONU por uma empresa petrolífera nacional e de seus lobistas dos combustíveis fósseis”, afirmou Tasneem Essop, da CAN.
Al Jaber foi defendido pelo governo dos EAU, que destacou sua experiência como executivo de energia renovável – ele também é CEO de outra empresa estatal nessa área, a Masdar. Entre os principais governos, a recepção ao nome de Al Jaber foi mais amena: por exemplo, o enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, citou a atuação do executivo em negociações climáticas no passado como argumento positivo em seu favor. “Esta combinação única ajudará a trazer todas as partes interessadas para a mesa para se mover mais rápido e em escala”, escreveu Kerry no Twitter.
A indicação de Al Jaber para a presidência da COP28 teve ampla repercussão, com manchetes na Associated Press, BBC, Climate Home, CNN, Financial Times, Guardian, NY Times e Reuters, entre outros. No Brasil, Folha, O Globo e Valor destacaram a notícia.
ClimaInfo, 17 de janeiro de 2023.
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