Vilarejo na Alemanha vira símbolo da luta anticarvão 

Alemanha luta anticarvão
AP Photo / Michael Probst

A pequena Lützerath, localizada na região oeste da Alemanha, se transformou na cause célèbre do momento entre ativistas climáticos europeus. O vilarejo está na mira da gigante de energia RWE, que pretende destruí-lo para a expansão de uma mina de carvão a céu aberto.

A questão se arrasta desde 2013, quando a justiça do país autorizou o empreendimento, mas ganhou força no último ano por conta da crise energética causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia. A demolição de Lützerath foi iniciada no último mês, mas interrompida há uma semana depois da chegada de cerca de 35 mil ativistas.

No último sábado (14/1), um confronto entre policiais e manifestantes deixou dezenas de feridos. A ativista Greta Thunberg, que liderava a ação contra a mina, foi retirada pelas forças de segurança junto com outros manifestantes. Milhares de pessoas que acompanhavam os protestos também foram forçadas a deixar o vilarejo pelos policiais.

Para os ativistas climáticos, o projeto de Lützerath e a forma como as forças de segurança lidaram com os protestos do sábado foram a “pá de cal” para qualquer boa vontade que ainda resistia com o governo do chanceler Olaf Scholz. Eleito com uma plataforma climática ambiciosa e com apoio do Partido Verde, o atual premiê alemão vem flexibilizando suas políticas nessa área para facilitar a geração de energia fóssil, principalmente a carvão e gás natural, de forma a garantir a disponibilidade de energia.

“É uma vergonha que o governo alemão firme acordos e compromissos com empresas como a RWE”, reclamou Greta. “O carvão de Lützerath deve permanecer no solo”.

A situação em Lützerath e o malabarismo político do governo alemão na questão climática foram repercutidos na imprensa, com destaques em veículos como Associated Press, BBC, Bloomberg, Climate Home, Deutsche Welle, Guardian, NY Times e Reuters.

 

ClimaInfo, 17 de janeiro de 2023.

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