Ecossistemas costeiros podem ajudar a mitigar impactos da elevação do mar no Brasil

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A preservação das áreas costeiras naturais do Brasil poderá ser vital para protegê-las da elevação potencial do nível do mar nas próximas décadas. Essa é a conclusão de um novo estudo liderado por cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), publicado recentemente na revista Ocean & Coastal Management.

Manguezais, restingas, recifes de corais e florestas costeiras são importantes para prevenir erosão costeira e inundações decorrentes de ressacas e tempestades no litoral. De acordo com a análise, pouco mais da metade (52%) da costa brasileira está sob risco “intermediário” ou “mais alto” de dano. Essa exposição pode aumentar para 81% caso as áreas costeiras naturais que resistem hoje sejam perdidas no futuro.

“A proteção costeira é uma contribuição que a natureza dá para as pessoas. No caso dos mangues e das florestas, ela é uma barreira física mesmo. No caso dos recifes de corais, também, porque eles diminuem a força das ondas e servem como um tipo de quebra-mar”, disse a’O Globo a pesquisadora da UFRJ Stella Manes, que liderou o estudo. “E essas áreas naturais também são uma contribuição biológica para a preservação da biodiversidade e outros serviços”.

A preservação dos ecossistemas litorâneos é um desafio para o Brasil. Isso porque apenas 10% dos cerca de 8,5 mil km de costa estão em áreas legalmente protegidas. Os pesquisadores defendem a criação de novas áreas costeiras com proteção legal, além da inclusão do meio ambiente litorâneo no planejamento de políticas climáticas para mitigação e adaptação.

Em tempo: Por falar em mar, o Estadão informou que o IBAMA vai apurar eventuais responsabilidades relativas ao afundamento do casco do porta-aviões São Paulo em uma área localizada a 350 km da costa brasileira, na altura de Pernambuco. A embarcação foi afundada pela Marinha, baseada em decisão judicial favorável, mas nenhuma das partes considerou os impactos ambientais dessa ação; afinal, o navio continha mais de 9 toneladas de amianto, além de outras substâncias tóxicas.

ClimaInfo, 8 de fevereiro de 2023.

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